Blog do LindenbergCarlos Lindenberg, jornalista, ex-comentarista da BandMinas e Rádio Itatiaia, e da Revista Exclusive. Autor do livro Quase História e co-autor do perfil do ex-governador Hélio Garcia.

Bolsonaro saúda seus “guerreiros” por 25 mortes no Rio de Janeiro

Publicado em 26/05/2022 às 06:30.

Não se sabe o que é pior: uma ação da Polícia do Rio de Janeiro que deixou 25 mortos ou o elogio do presidente Jair Bolsonaro, que saudou os seus “guerreiros” pela mortandade dessa terça-feira, na Vila Cruzeiro, sob o pretexto de uma caçada aos donos do tráfico naquela região.

“Parabéns aos guerreiros do Bope e da Polícia Militar do Rio de Janeiro, que neutralizaram pelo menos 20 marginais ligados ao narcotráfico em confronto, após serem atacados a tiros durante operação contra líderes de facção criminosa”, escreveu o presidente da República.

Ou não seria melhor, até pelo posto que Bolsonaro ocupa, dar voz nesse momento a Fabrício Queiroz, ex-assessor do senador Flavio Bolsonaro, filho do presidente, que zombou da operação dizendo que “agora são menos 20 da esquerda” para votar em outubro?

Entre os mortos, como sempre ocorre no Rio de Janeiro, está uma mulher de 41 anos, atingida por uma bala perdida quando estava dentro de casa, a quem Bolsonaro se referiu como uma “simples” inocente, sem sequer identificá-la.

Mas, de certa forma, essa tem sido a rotina do Rio de Janeiro, onde não se passa uma semana sem que uma bala perdida encontre um corpo, normalmente negro, para engrossar as estatísticas.

O que impressiona em atos assim é o elogio do presidente da República a uma chacina, possivelmente sem precedentes, sendo preferível, quem sabe, a zombaria de um chegado da família Bolsonaro, Fabrício Queiroz, que preferiu dizer que seriam 20 votos a menos na conta da esquerda.

Uma coisa não anula a outra, mas dá o que pensar.

Mais ainda quando o presidente Joe Biden, dos Estados Unidos, diz que já é hora de se começar a pensar na venda de armas aleatoriamente em seu país – quando aqui o que se vê é exatamente o contrário, e a partir da exibição do presidente ostentando armas ou parentes seus fazendo a apologia de civis que se armam. O que de fato dá o que pensar, cabendo ao Ministério Público abrir investigações para saber quem são os mortos, de que seriam acusados e porque tantos morreram em oito horas de troca de tiros.

Uma novidade hoje é a pesquisa CNN/RealTime Big Data, feita por telefone, e com margem de erro de dois pontos percentuais, em que o ex-presidente Lula lidera com 40%; Bolsonaro acompanha com 32% e Ciro fica em terceiro com 9%. Na sequência, seguem André Janones e Simone Tebet com 2% e Luciano Bivar com 1%. Na pesquisa espontânea, quando não se apresentam os nomes dos candidatos, Bolsonaro aparece com 28%, Lula com 26% e Ciro Gomes com 4%. Ocorre que, na urna, o que acontece é que os nomes e as fotos dos candidatos aparecem, daí porque se diz que a pesquisa mais aproximada seria essa – com fotos e nomes.

Uma outra novidade que tem tomado os bastidores dessa eleição seria uma possível ausência de Bolsonaro dos debates. Como a CNN vai realizar o primeiro debate no dia 6 de agosto, não custa esperar para saber se Bolsonaro vai participar ou não.

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