Claudio OlivaClaudio Oliva é jornalista especializado em turismo e hotelaria, pós-graduado em Turismo pela Universidade de Barcelona, presidiu a Associação Brasileira de Jornalistas de Turismo. Editor da Qual Viagem, colaborador em diversos portais de turismo, é também diretor Executivo da Assimptur Assessoria de Imprensa.

Aena promete ampliação e melhorias de Congonhas até 2028. Será?

Cláudio Lacerda Oliva*
turismologoali@hojeemdia.com.br
Publicado em 28/03/2024 às 07:32.
Mais de R$ 2 bilhões serão aplicados no aeródromo da capital paulista (Ivan Shimko via Unsplash)

Mais de R$ 2 bilhões serão aplicados no aeródromo da capital paulista (Ivan Shimko via Unsplash)

Maior operadora aeroportuária no Brasil e no mundo, a Aena apresentou, na manhã da última segunda-feira (25), o projeto para a ampliação e modernização do Aeroporto de Congonhas. Mais de R$ 2 bilhões serão aplicados no aeródromo da capital paulista, que vai ganhar um novo terminal de passageiros com mais que o dobro do tamanho atual, novas pontes de embarque e diversas melhorias para a eficiência operacional.

Passará a dispor também de 20 mil m² para áreas comerciais. Com as obras, São Paulo terá um aeroporto mais confortável, seguro, ecológico e com muito mais espaço no embarque e no desembarque.

A ampliação das áreas operacionais, somada ao uso equipamentos, tecnologias e sistemas mais modernos, torna possível o acréscimo da capacidade do aeroporto sem o aumento do número de pousos e decolagens. Depois de implementadas as melhorias, com todos os pontos
de parada de aeronaves preparados para receber aviões de maior capacidade, como o Airbus A321neo, Congonhas poderá movimentar até 29,5 milhões de passageiros ao ano. 

"O Aeroporto de Congonhas é um patrimônio da cidade de São Paulo e do Brasil, com um papel importante para a conexão de toda a malha aérea nacional. Agora, vai passar por grandes alterações, tornando-se mais eficiente e oferecendo muito mais espaço e conforto aos passageiros. A Aena não vai medir esforços para transformar Congonhas no aeroporto que São Paulo realmente merece, lembrando que essa tarefa de enormes proporções será realizada a várias mãos, com o apoio e o trabalho também do Ministério de Portos e Aeroportos, da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), da Secretaria de Aviação Civil, da prefeitura de São
Paulo e do governo estadual", afirmou Santiago Yus, diretor-presidente da Aena Brasil, durante o evento.

As obras para o novo terminal de passageiros começam ainda em 2024, com a conclusão prevista até junho de 2028. A área de embarque e desembarque vai dobrar de tamanho, chegando a 105 mil m². Todo o projeto contempla a preservação, revitalização e integração das áreas tombadas pelo Patrimônio Histórico ao novo terminal. A área nova será utilizada para o embarque dos passageiros, enquanto o terminal atual será destinado ao desembarque. 

Com a ampliação, Congonhas ganha também mais espaço comercial, com uma oferta aprimorada de serviços aos passageiros, que inclui mix de lojas renovado, novas salas VIP com muito mais conforto, além de locais para escritórios e salas empresariais.

O terminal de embarque terá um novo salão de check-in com 72 posições amplas e acessíveis, podendo chegar a 108, e novo píer com 36 metros de largura e 330 metros de comprimento. Serão 19 novas pontes de embarque, em substituição às 12 atuais, garantindo 70% ou mais dos embarques diretos às aeronaves. Além disso, haverá 10 portões de embarque remoto, dando novo uso ao hangar tombado, 13 leitores automáticos de cartão de embarque e aumento de 10 para até 17 canais de inspeção.

O projeto prevê, ainda, portões de embarque reversíveis, capazes de acomodar voos internacionais de acordo com a demanda das companhias aéreas. No desembarque, os passageiros também vão ter mais conforto. Será instalado um novo sistema de processamento de bagagens, mais rápido e inteligente, com 10 carrosséis (são três atualmente), além do aumento de cinco para sete esteiras de restituição de bagagem, totalizando 228 metros de extensão.

A eficiência operacional também será aprimorada com as obras. Com um novo pátio de 215 mil m² para a aviação comercial, haverá aumento de 30 para 37 posições de parada de aeronaves, sendo 19 nas pontes e 18 remotas, com afastamentos adequados, 100% conforme as normas internacionais e pronto para receber o Airbus A321 em todas as posições.

Além disso, pistas e pátios receberão reforço estrutural, além da construção de novas pistas de rolagem, nova via de serviço para a aviação geral e uma saída rápida quando operando pela cabeceira 35L. Para melhorar a circulação viária e reduzir o trânsito no acesso ao aeroporto de Congonhas, a Aena irá criar um bolsão para carros de aplicativos e de locadoras e uma nova praça pick-up com 72 vagas para embarque em carros de aplicativos. A área de meio-fio terá um incremento de 250 metros para embarque e desembarque dos passageiros e haverá um acesso direto à futura estação de metrô da linha Ouro.

Será que essa obra vai ser inaugurada a tempo das melhorias?

Na questão da sustentabilidade, o aeroporto de Congonhas contará com  uma nova subestação elétrica, com mais equipamentos elétricos e uso de energia limpa, redução do uso de combustíveis fósseis, com serviços de energia e ar-condicionado para aeronaves nas pontes e diminuindo emissão de CO2.

Melhorias de curto prazo
Para melhor a experiência do passageiro no curto prazo, a Aena conta com diversos outros projetos a serem implementados ainda em 2024. Entre as ações imediatas, estão o reordenamento das vias e meios-fios, implantação de bolsão para carros de aplicativo e praça pick-up para embarque de passageiros, retrofit do sistema de ar-condicionado do terminal atual, reforma dos banheiros, reordenamento e ampliação do raio-x, revitalização da fachada e ampliação da sala de embarque remoto.

Ações tímidas foram realizadas, sem impactar na boa experiência dos usuários. Nos primeiros cinco meses de administração do aeroporto de Congonhas, a Aena já promoveu diversas melhorias, como revitalização dos ônibus e ambulifts, recapeamento asfáltico nas ruas de acesso ao aeroporto, revitalização das esteiras de bagagem, aumento de pontos de energia no terminal (tomadas) e oferta de assentos na sala de embarque.

Além disso, a Aena promoveu o reforço das equipes de limpeza e de segurança, reforço de equipe e antecipação do horário de abertura do raio-x e limpeza e higienização do sistema de climatização. Sinceramente, esperamos que as obras anunciadas sejam entregues a tempo para que essas ampliações não sejam apenas um paliativo provisório. Cabe cobrar as promessas e ficar muito atento aos prazos, uma vez que a em 2028, os números de embarque e desembarque nesse terminal podem mais que dobrar e as ações ora anunciadas já não surtirão os efeitos desejados.

* Diretor Executivo da Assimptur

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