País acompanha sessão de votação de processo do impeachment

Ezequiel Fagundes
erios@hojeemdia.com.br
16/04/2016 às 20:37.
Atualizado em 16/11/2021 às 02:59

Neste domingo atípico, um país dividido vai acompanhar nas ruas ou pela televisão a sessão especial da Câmara dos Deputados que votará, a partir das 14h, a abertura ou não do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT). Um muro erguido na Esplanada dos Ministérios para evitar confrontos entre manifestantes favoráveis e contrários ao impeachment é hoje o principal retrato da polarização, que há meses acirra discussões em bares, dentro de casa e nas redes sociais. 

Enquanto a oposição já contabiliza votos suficientes a favor do pedido de impedimento de Dilma, governistas fazem um esforço de convencimento na tentativa de angariar votos de última hora para botar um freio definitivo no processo. Até o fechamento desta edição, o mapa do impeachment apontava para a vitória da oposição por uma pequena margem de votos necessários. Porém, nada está definido. Se 342 dos 513 deputados federais votarem favoráveis ao impeachment, o processo segue para apreciação do Senado.

Dilma é acusada de ter cometido crime de responsabilidade ao adotar a chamada pedalada fiscal, como ficou conhecida a manobra contábil que usou recursos de bancos estatais para custear programas sociais.

Para o deputado federal Caio Nárcio (PSDB-MG), o governo já perdeu a guerra na Câmara. “Temos entre 16 e 20 votos a mais do que o necessário. Estamos com uma margem confortável. Mas como o mapa da oposição ficou pronto há dois dias, é natural que o governo lute até o fim. O cenário é muito ruim para eles”, afirmou. Já o deputado federal Gabriel Guimarães (PT-MG) diz que o impeachment não vai passar. “Tenho convicção absoluta de que não houve crime de responsabilidade. Nenhum deputado será irresponsável a ponto de votar pelo impeachment porque não gosta da presidente da República”, sustentou.

Protestos
Manifestantes contra e a favor do impeachment protestaram ontem em oito Estados e Brasília. Em BH, houve uma carreata contra Dilma na região Centro Sul. Em Brasília, manifestantes pró-impeachment entraram em confronto com seguranças da comitiva do ex-presidente Lula no momento em que ele chegava ao hotel onde está hospedado. A PM teve que intervir, mas ninguém foi preso e a situação foi controlada. Já em São Paulo, o ato reuniu manifestantes contra o governo e outras lideranças, como Michel Temer, Lula, Aécio Neves. (Com agências)
 

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