Pandemia de Covid-19 leva ao maior pacto trabalhista da indústria em Minas

Luciano Dias e Evaldo Magalhães
primeiroplano@hojeemdia.com.br
30/04/2020 às 20:56.
Atualizado em 27/10/2021 às 03:24
 (Luciano Dias)

(Luciano Dias)

Na véspera do Dia do Trabalhador, celebrado neste 1ºde maio no país e no mundo, o anúncio do IBGE de que a taxa de desemprego brasileira ficou em 12,2% no primeiro trimestre do ano, 10,5% acima da apontada no trimestre anterior e atingindo 12,9 milhões de pessoas, assustou empresários, analistas e a própria população.  Afinal, o salto se deu de janeiro a março, antes que os efeitos da Covid-19 tivessem impacto mais forte n a economia. A tendência é de que no próximo balanço, referente a abril, maio e junho, o volume de desocupados seja muito maior. Também ontem, contudo, a celebração, pela Federação das Indústrias de Minas (Fiemg) e representantes de sindicatos de metalúrgicos do Estado, de uma Convenção Coletiva para preservação de milhares de empregos trouxe alento, em tempos de tamanha crise. Ao todo, o acordo deve envolver 180 mil trabalhadores de 4 mil empresas, em 150 cidades mineiras.  Segundo o presidente da Fiemg, Flávio Roscoe, a convenção é um “marco histórico” no Brasil e aumenta benefícios de ações já anunciadas pelas MPs 936 e 972, que regulamentam mudanças em contratos para dar estabilidade aos trabalhadores. “É um acordo significativo com vantagens para empregadores e trabalhadores. O momento patronal e laboral é de preservação da vida e dos empregos”, afirmou o dirigente.  “Firmamos mecanismos para garantir empregos e dar capacidade para as indústrias ficarem de pé”, destacou, lembrando que documentos semelhantes, com vigência até 31 de dezembro, foram firmados em setores como os de vestiário, calçados e joalherias em Minas.  Entre as adequações trazidas pela convenção, estão itens como a regulamentação do teletrabalho; redução de jornada e salário e suspensão de contratos, com segurança jurídica;e compromisso com os cuidados com a saúde do funcionário, atendendo à risca as orientações da OMS. As empresas também devem adotar escalas, revezamentos e alterações de jornadas para reduzir o fluxo de trabalhadores.  Para os trabalhadores, apesar de não atenderem todos os pedido, tais medidas devem dar tranquilidade quanto à preservação dos empregos. “A Fiemg teve que ceder em vários pontos, mas acho que o objetivo de manter o emprego, a renda e a saúde foram estabelecidos”, disse Marco Antônio de Jesus, presidente da Federação Estadual dos Metalúrgicos da Central Única de Minas (FEMCUT-MG). “Tem que ser resguardada a vida dos trabalhadores. A questão do emprego também é fundamental no momento em que o mundo vive esse processo de pandemia”, completou Marcelino Rocha, presidente da Federação Interestadual (Fitmetal).  

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