Colocadas pelo menos oito pré-candidaturas à Prefeitura de Belo Horizonte até agora, a pergunta que mais ronda as conversas é quem vai compor com quem. Em uma campanha curta, de apenas 35 dias, e pulverizada, com o PSB do prefeito Marcio Lacerda e o PSDB do senador Aécio Neves em lados opostos, a corrida é para escolher um vice e selar alianças que garantam segundos a mais ao tempo de rádio e televisão.

O deputado estadual João Leite (PSDB) convidou oficialmente o PPS para indicar o nome de vice na chapa dele. Com isso, quer evitar que o partido se alinhe à candidatura de Paulo Brant, do PSB. A ideia é atrair para a chapa o vereador Ronaldo Gontijo, que está no sexto mandato e desistiu da reeleição. Apesar da investida tucana, o prefeito Marcio Lacerda ainda acredita que pode ter a presidente estadual da legenda, Luzia Ferreira, na vaga de vice de Brant.

Escolhido como pré-candidato do PT, o deputado Reginaldo Lopes agora busca compor a sua chapa. O parlamentar teria a seu favor o tempo de televisão do partido durante o pleito deste ano, o que projetaria o nome dele para uma possível candidatura ao Senado em 2018, já que, nos bastidores, Lopes não aparece entre os favoritos na disputa, em virtude da imagem arranhada do PT.

Como o próprio Reginaldo já declarou, o sonho é ter a deputada Jô Moraes (PCdoB) como companheira na chapa. “Fiz o convite. Temos conversado”, afirmou. Jô, no entanto, tem outros planos. “Não serei vice de ninguém”, disse. Segundo ela, a decisão é pessoal e está alinhada com o projeto de vida dela. “Não faz sentido interromper um processo de protagonismo político. Ninguém vota em vice”, afirmou.

Pesquisas

Presidente municipal do PCdoB, Vitor Vieira diz que não vê lógica em Jô Moraes ser vice de um candidato que aparece atrás dela nas pesquisas de intenção de voto. “É a hora dos partidos aliados do PCdoB levarem em conta o papel importante da legenda, de fidelidade, e valorizar um nome do nosso quadro. A Jô é deputada federal por três mandatos e sempre foi bem votada”, afirmou.

Vieira lembrou ainda o fato de Jô ter liderado, em 2008, por 52 dias, a corrida pela PBH. No entanto, ela finalizou a campanha com somente 8% dos votos e apoiou o candidato derrotado Leonardo Quintão no segundo turno.

Com pouco tempo de propaganda no rádio e TV, o PHS, que lançou como pré-candidato o empresário e cartola Alexandre Kalil, também corre atrás de parceiros. Segundo o deputado federal e presidente da legenda Marcelo Aro, a intenção é agregar o maior número de partidos.

Solução

“Não temos dúvida de que o Kalil é um candidato forte, com chances de ir para o segundo turno. Além disso, um grande partido está para fechar conosco, o que resolveria a questão do tempo de televisão”, afirmou.

Um dos cotados é o PV. Ligado a Kalil, o deputado estadual e atual secretário de Estado de Turismo Mario Henrique Caixa retirou a candidatura. E abriu brecha para que o Partido Verde fosse assediado. “Como ele desistiu de concorrer, estamos avaliando qual será nosso posicionamento. Fomos procurados por PSDB, PSD, PTB e PHS, e podemos indicar um nome para vice. Mas por enquanto não há nada fechado”, disse o presidente municipal da legenda, vereador Sérgio Fernando. Segundo ele, projeções do Tribunal Eleitoral indicam que o PV terá 17 segundos no bloco de 10 minutos.

Com o maior tempo de propaganda, o PMDB do deputado federal Rodrigo Pacheco, que está no primeiro mandato, planeja conquistar o bloco de pequenos partidos, formado por PTN, PSC e PSDC, sob o comando do presidente da Câmara de Vereadores, Wellington Magalhães (PTN). “Foi um compromisso que fizemos com o Rodrigo lá atrás”, declarou.

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