Círculo de cura: mandalas equilibram, atraem abundância e inteligência emocional; faça teste!

Patrícia Santos Dumont
pdumont@hojeemdia.com.br
20/07/2017 às 16:10.
Atualizado em 15/11/2021 às 09:40
 (Virgínia Fernandes/Divulgação)

(Virgínia Fernandes/Divulgação)

Divulgação

Kátia Erbiste é artesã mandaleira há 4 anos e já "construiu" mais de três mil figuras; ela dá cursos on-line e presenciais no Brasil todo

Surgiram há milhares de anos e se popularizaram nos livros de colorir. Tecidas, pintadas ou construídas a partir de grãos de areia e até de pedacinhos de vidro, as mandalas são mais do que desenhos bonitos. Instrumentos de cura usado por índios e monges, os círculos, cuja definição deriva do sânscrito, são uma poderosa ferramenta terapêutica para atrair abundância, amenizar conflitos, resgatar a criatividade e a inteligência emocional e alinhar a conexão do ser com a própria consciência.

Originalmente, os desenhos são formados por um círculo, representação do limite entre o divino e o mundano, a consciência e a inconsciência, a matéria e a alma; um ponto central, caracterizando uma existência superior, o Deus de cada um, e a simetria com repetições, simbologia da vibração de cada figura. 

Harmonização

Professora da prática psicanalítica, Virgínia Fernandes utiliza as mandalas multicoloridas para acessar conflitos inconscientes e restabelecer o equilíbrio dos pacientes. Explica que as figuras não só revelam sonhos, desejos e angústias, mas contribuem também para a harmonização psíquica do ser. 

O uso terapêutico da ferramenta se dá de diversas formas, diz a profissional. Apresentação de desenhos para serem coloridos pelo paciente, estruturas prontas para contemplação ou meditação e confecção de mandalas livres, sem interferência de terceiros, são algumas possibilidades.

Segundo a psicanalista, cores, formas, símbolos e outros elementos colocados ou percebidos nas peças têm relação direta com emoções, pensamentos, crenças e sensações, geralmente reprimidos tanto pelo autor da mandala quanto pela pessoa que a escolhe.

“A atração pode ser direcionada não apenas por causa do conflito e/ou emoção que esses elementos expressam, mas pelo significado guardado por cada símbolo presente na mandala”, explica a psicanalista.

Como objetos de decoração, mandalas têm efeito reenergizante do ambiente onde ficam expostas. “O que pode ocorrer é que quando uma pessoa conquista seu equilíbrio interior isso de alguma forma reflete também no ambiente onde ela vive”, diz Virgínia Fernandes. 

Reconexão

Artesã mandaleira há 4 anos, Kátia Erbiste, do Rio de Janeiro, já confeccionou mais de três mil desenhos nos cursos que ministra on-line e presencialmente. Toda mandala, diz ela, exerce influência sobre a conexão com a consciência. “Ao tecer, entramos em nosso santuário, local de conforto e criatividade que nos desliga do eu projetivo (que olha para passado e futuro), nos trazendo de volta ao eu experiencial (que vive o instante)”, explica. 

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Virgínia Fernandes/Divulgação

 Filme brasileiro narra história de psiquiatra que usava figuras para tratar esquizofrênicosanharam destaque ao serem usadas de forma terapêutica pela personagem da atriz Glória Pires em “Nise – O Coração da Loucura” (2015). O filme narra a história da alagoana Nise da Silveira, que se tornou referência nacional na psicologia analítica. A psiquiatra foi uma revolucionária médica brasileira, pioneira no uso da arte no tratamento da esquizofrenia, doença que provoca alucinações, agitação e isolamento.

Naquela época, os hospitais psiquiátricos se assemelhavam a presídios. Neles, os pacientes eram medicados indiscriminadamente e tratados com eletrochoques e lobotomia (cirurgia para retirada de parte do cérebro). Nise apostou no inverso: tentava a cura utilizando pintura e modelagem em uma sala improvisada e a contragosto dos colegas do hospital. 

Para entender os desenhos produzidos pelos internos, a psiquiatra mergulhou na obra do psicoterapeuta suíço Carl Gustav Jung e descobriu que era por meio das figuras que eles não só externavam os incômodos pessoais, mas permitiam ser tratados e, aos poucos, retomavam o convívio familiar. 
Segundo Nise da Silveira e Carl G. Jung, as formas circulares das mandalas eram tentativa de reorganização mental do esquizofrênico.Reprodução

Estrelado por Glória Pires, "Nise" conta história da psiquiatra alagoana que, inspirada pelo psicanalista Carl Jung, utilizou mandalas para tratar pacientes

Ponto a ponto:

Figura geométrica que aparece em diversas culturas como elemento que sintetiza a plenitude da vida, a mandala é formada por imagens que se sobrepõem formando um entrelaçado de símbolos. Reza a lenda que elas surgiram no século 8 Antes de Cristo, tendo sido usadas como expressão artística e religiosa. Ainda hoje são empregadas como instrumento de concentração para atingir estados superiores de meditação, sobretudo no Tibete e Japão.

Nas aldeias dos índios navajos, na América do Norte, os círculos coloridos eram usados para curar ou harmonizar a alma de uma pessoa doente. Depois de o xamã pintar a mandala na areia, o paciente era colocado para andar ao redor dela e em seguida ocupava um lugar no centro da figura. 

Monges tibetanos também usam figuras feitas na areia como exercício de desapego. Após investirem horas e até dias na criação das mandalas, dul-tson-kyil-khor, como são chamadas, eles simplesmente as destroem. O objetivo principal do ritual é enfatizar a inconstância e fugacidade da vida. Alguns punhados da areia são distribuídos ao público e o restante jogado em um lago ou rio próximo ao local de confecção.Divulgação

Monges tpassam dias produzindo minuciosas figuras com grãos de areia para depois desfazê-las; ritual simboliza efemeridade da vida

Na psiquiatria, o suíço Carl G. Jung observou que os esquizofrênicos dispunham figuras em círculos instintivamente para reorganizar a própria imaginação. A psicologia moderna acredita que a mandala sirva para revelar a estrutura mais profunda do espírito humano. 

Na técnica chinesa do Feng Shui, o ba-guá, figura que define os caminhos da energia, nada mais é do que uma imagem mandálica. O desenho de oito pontas é uma espécie de mapa para harmonizar os ambientes energeticamente.

 RESULTADO DO TESTE:Editoria de Arte

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