Rafael Reis* - Instagram: @escolaexperimente
Lúpulo, lúpulo e mais lúpulo: eis o segredo da Euphoria Juice, a Northeast IPA lançada recentemente pela cervejaria Capa Preta. Não custa lembrar que o lúpulo é uma planta utilizada, entre outras coisas, para conferir aroma e amargor à cerveja. Seus benefícios são conhecidos e estudados pelo menos desde a Idade Média e, com o passar dos séculos, ele acabou se tornando um ingrediente obrigatório no processo de fabricação de cerveja.
Nos Estados Unidos, nos anos 80, quando os microcervejeiros começaram a combater as cervejas de massa com receitas diferentes, começou, lentamente, um processo de assimilação e transformação de estilos de cervejas originados, sobretudo, na Europa. Talvez o caso mais emblemático seja o da cerveja IPA, surgido na Inglaterra no século XVIII e adaptado ao gosto americano ao longo das últimas décadas.
Histórias à parte, hoje um consumidor de cerveja especial sabe que as IPAs são cervejas mais amargas e com cheiro cítrico e frutado. A combinação pode parecer inusitada, mas ela tem conquistado um público cada vez maior. Tamanho sucesso fez com que surgissem (e continuem surgindo) muitas variações de IPA, cada uma com sua especificidade. A Northeast IPA é uma variação relativamente recente, conhecida também como Juyce IPA ou New England IPA.
O novo lançamento da Capa Preta, a Euphoria, é dourada, levemente turva e, só de aproximar a bebida da boca, já se percebe uma explosão de aromas tropicais (manga, maracujá, mamão papaia) e cítricos, conferidos pelos lúpulos Citra e El Dorado.
O frutado aparece também no sabor de forma bastante equilibrada. O corpo é mediano e o amargor é persistente, mas não agressivo, dando uma sensação de refrescância que mascara os 7% de álcool, um perigo! Aos amantes de IPA que quiserem provar o quanto antes esse lançamento, ela está sendo vendida apenas em chope, então é preciso ir onde ela estiver.
A boa notícia é que há previsão de outros lançamentos este ano e que possivelmente serão comercializados em lata. Aguardemos!
* Rafael Reis é especialista em tecnologia cervejeira, gestor sensorial e coordenador da Escola Experimente
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