Nem só de beleza vive o campolina. Funcionalidade faz raça mineira ganhar pontos

Patrícia Santos Dumont
pdumont@hojeemdia.com.br
06/10/2017 às 17:02.
Atualizado em 02/11/2021 às 23:06
 (ABCCCampolina/Divulgação)

(ABCCCampolina/Divulgação)

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Conhecido pelo porte nobre, pelas formas harmoniosas e traços curvilíneos, o cavalo campolina vem, aos poucos, sendo valorizado não só pela estética perfeita, mas também pelas características funcionais que o tornam opção atraente para atividades de lazer, esporte e serviço.

Nascida na região Central de Minas há quase 150 anos, a raça tem ganhado destaque no mercado nacional. Atualmente, além do estado berço, que detém cerca de 40% do plantel nacional, está representada na Bahia, em São Paulo, no Rio de Janeiro e até em estados do nordeste, como Pernambuco. 

“Diferentemente do que se imaginava, a valorização de determinadas características funcionais poderá trazer uma condição de evolução muito grande para a raça. Na medida em que se valoriza qualidade de passo, de galope, além da estética, e que se avalia tudo isso nas exposições, tem-se como resultado a valorização desses animais, algo realmente significativo para o campolina”, analisa o veterinário Roberto Naves, superintendente do Serviço de Registro Genealógico da Associação Brasileira dos Criadores do Cavalo Campolina (ABCCCampolina). 

Segundo ele, a inclusão de provas que avaliam características morfológicas e de marcha nas exposições ajuda a transformar o olhar e a forma de se avaliar o cavalo, tornando-o um animal muito mais do que somente bonito, mas com grande funcionalidade. 

Evolução genética

Presidente da ABCC Campolina por quatro mandatos, instituição que integra atualmente como conselheiro consultivo, Emir Cadar reforça a importância também da evolução genética do animal. “O objetivo dos criadores tem sido selecionar e aprimorar o que há de melhor na raça, por meio de cruzamentos e melhoramento genético”, afirma Cadar, criador de campolina há 50 anos. 

No ranking nacional, a raça ocupa a sexta posição em número de exemplares, perdendo apenas para Mangalarga Marchador, Nordestino, Quarto-de-Milha, Crioula e Mangalarga, nesta ordem, conforme a Revisão do Estudo do Complexo do Agronegócio do Cavalo, publicado em 2016.

Além de resistente e dócil, a raça, que tem o trote macio e confortável como uma das principais características, vem tendo o crescimento estimulado pelo preço democrático. De acordo com o presidente da ABCCCampolina, Jorge Salum, exemplares podem variar de R$ 5 mil a R$ 1 milhão. “O campolina tem um valor muito bom de mercado, mas há animais para todos os bolsos, cavalos muito bons e voltados para qualquer pessoa”, enfatiza. 

Atualmente, a ABCCCampolina conta com mais de 1.400 associados. Há criadores em todas as regiões do país, mas a maioria está concentrada nas regiões Nordeste e Sudeste, Centro-Oeste e Sul, nesta ordem, conforme informações da entidade. 

Genuinamente mineira, a raça campolina surgiu em Entre Rios de Minas, região Central do Estado, em 1870, após cruzamentos entre animais com características distintas, fruto de trabalhos realizados durante cerca de 30 anos pelo criador Cassiano Campolina

Haras JHR/Divulgação

Um dos prêmios ganhados pelo Haras JHR, localizado em Confins, na Grande BH

eto de José Salvador Silva, presidente do Conselho da Rede Materdei de Saúde, filho de Henrique Salvador, presidente da Rede Materdei, diretor de Operações do Materdei Contorno e criador de cavalo campolina

Exposição Nacional no Parque da Gameleira deve movimentar R$ 5 milhões em negócios

Maior evento da raça realizado no país, a Exposição Nacional do Cavalo Campolina chega à 37ª edição e deve movimentar o quivalente a R$ 5 milhões em negócios. Vitrine da raça mineira, a feira acontece entre os dias 9 e 14 de outubro, no Parque da Gameleira, região Oeste de Belo Horizonte. Cerca de 20 mil pessoas devem passar pelo local.

Este ano, 620 animais de cerca de 200 criadores serão apresentados e dois leilões voltados para o mercado de alta qualidade, realizados. Na edição de 2016, 450 cavalos foram inscritos na exposição, que movimentou o equivalente a R$ 4 milhões. 

Apesar de concentrar criadores do país inteiro e até de vizinhos como o México, onde há exemplares da raça, a exposição é aberta ao público comum, reforça o presidente da Associação Brasileira dos Criadores do Cavalo Campolina (ABCCCampolina), Jorge Salum. 

“Não temos uma conotação somente de cavalo, de exposição de animais, mas um viés social também, que abarca toda a família e até as crianças”, destaca o criador, citando uma campanha de arrecadação de livros, em parceria com o Governo de Minas, e palestras com temática de saúde, voltadas sobretudo para a mulher. 

Em função do Outubro Rosa – campanha de conscientização sobre a prevenção do câncer de mama –, as mulheres que visitarem a exposição poderão participar de montaria e palestras com temas como autoestima e moda. Elas também terão à disposição um espaço cheio de mimos, spa dos pés e mãos e maquiagem. 

Crianças também têm lugar cativo no evento, todos os dias, a partir das 10h.ABCCCampolina/DivulgaçãoEvento, que acontece em BH, aumenta visibilidade da raça mineira no mercado nacional e até estrangeiro

Variedade

Além dos tradicionais leilões da raça, que giram milhões em negócios, haverá provas de julgamento de qualidade técnica dos animais. Os julgamentos serão realizados, diariamente, a partir das 8h, e são voltados não só para amantes do segmento equestre, mas para o público em geral. Provas funcionais, kids e de amazona ocorrerão na quinta e na sexta-feira, das 11h às 13h.

“É um programa para todos, para a população. Com muita música e comida de qualidade. A não ser a pista, que é restrita aos criadores, tudo é aberto a todos”, ressalta Jorge Salum, presidente da ABCCCampolina.

Confira a programação da 37ª Exposição Nacional do Cavalo Campolina aqui.

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