Sem canseira: tradições à mesa podem ser mantidas mesmo longe da cozinha de casa

Da Redação (*)
plural@hojeemdia.com.br
25/03/2018 às 06:00.
Atualizado em 03/11/2021 às 02:00
 (Flávio Tavares)

(Flávio Tavares)

A celebração da Semana Santa é também uma tradição à mesa. Não podem faltar no almoço de Páscoa, por exemplo, um bom pescado regado no azeite e uma bebida para acompanhar. E não há pecado nenhum em querer saborear esta ou qualquer outra iguaria típica da época sem precisar cozinhar. Basta encomendar o cardápio ou comer num bom restaurante.

Destino certo dos amantes da cozinha portuguesa, o Restaurante do Porto fica ainda mais concorrido durante a Quaresma, quando chega a comercializar 4,5 toneladas de bacalhau. Somente na Semana Santa a clientela consome quase mil quilos nas duas casas existentes na capital.Barbara Kaucher/Divulgação / N/A

Camarão ao alho e óleo do Alguidares

Seja para comer numa delas ou para recorrer ao serviço delivery, as opções são bem variadas, como o bacalhau a Gomes de Sá, Lagareiro, ao Zé do Pipo, além da caldeirada. O carro-chefe, porém, é a versão grelhada acompanhada do arroz de Braga, receita que leva bacon, frango, linguiça portuguesa em rodelas, dentre outras delícias. 

“É o nosso Natal, o período mais movimentado. A expectativa de público é de até duas mil pessoas em cada casa. Mas há uma harmonia tão grande que, mesmo com esse volume de gente, conseguimos atender muito bem a todos”, garante o proprietário Leonardo Duarte, filho do casal que fundou o restaurante há quase cinco décadas –o brasileiro José Costa Duarte, o “Saldanha”, e a portuguesa Glória de Almeida.

Para os que preferem o tempero brasileiro, um cardápio baiano cai muito bem quando o assunto é pescado. No Alguidares, comandado pela chef de cozinha Deusa Prado, o menu terá uma novidade neste ano, a moqueca de bacalhau. 

Moqueca, aliás, é a especialidade de Deusa Prado – seja de camarão ou de peixe. Mas o cardápio da casa tem também os tradicionais quitutes baianos, como o acarajé, bolinho de feijão recheado com camarão seco e frito no inconfundível sabor do azeite de dendê.Fernanda Brugger Gontijo/Divulgação / N/A

Bacalhau das Minas, do Bouquet Garni, é feito com taioba


Diversidade

Se a ideia é almoçar ou apenas petiscar enquanto desenvolve um bom papo com os amigos, vale conferir os saborosos oferecidos pelo Peixinho da Prudente, na região centro-sul de Belo Horizonte. Aberto diariamente para o almoço das 11h30 às 16h30, o espaço oferece desde peixe frito até moquecas mais sofisticadas de camarão rosa ou de badejo.

Fundado há quase dez anos, o Peixinho da Prudente tem como principais pedidas a traíra argentina, a tilápia “fisgada” na represa de Três Marias, em Morada Nova de Minas, além de camarão, siri e o badejo – que vêm da Bahia.

No Pecatore, o cardápio varia de acordo com as compras realizadas pelo chef Raffaele Autorino no mercado de peixe, sempre priorizando a matéria-prima fresca. Para a clientela, possibilidade de escolher, no balcão, o que estará no prato instantes depois. 

“Na Semana Santa o discurso muda um pouquinho. A nossa filosofia é diferente da dos outros restaurantes. O balcão é cheio de peixe, de crustáceos. O público se apaixona na hora pelo que vai comer”, reforça o chef. Flávio Tavares / N/A

O “Questo Molho” aposta no bacalhau com natas para o almoço do Domingo de Páscoa

Pedir refeições completas facilita a vida no feriadão

Se bater aquela preguicinha de sair de casa na Semana Santa, mas disposição de torcer o nariz para as panelas e o fogão da própria cozinha, a solução é recorrer ao serviço delivery oferecido por diversos restaurantes.

Um deles é o Bouquet Garni, fundado pela chef Agnes Farkasvolgyi, há 29 anos. Neste ano, o bufê terá no cardápio três tipos de pratos em que o bacalhau é o protagonista (um feito com postas do pescado, outro confitado e um terceiro que ainda será definido. O cardápio também terá opção de outros peixes brancos mais acompanhamentos e entradas.

Mescla de receita portuguesa e cozinha mineira, o Bacalhau das Minas é uma atração da casa, com o acréscimo de folhas de taioba ao prato.

“É um cardápio completo, inclusive com a sobremesa, que nós carregamos bem no chocolate, por causa da época de Páscoa”, enfatiza a chef. 
Agnes não revela os preços, mas garante que o valor máximo cobrado será o mesmo praticado no ano passado.Leandro Aragão/Divulgação / N/A

A Semana Santa é considerada o Natal dos restaurantes especializados em peixes ou frutos do mar

Natas

Filho e neto de portugueses por parte de pai, o administrador e proprietário da marca Questo Molho, Júlio Furtado, propõe um prato que não é muito comum no Brasil, mas faz parte da tradição de Portugal: o bacalhau com natas.

“O brasileiro tem o hábito de comer a bacalhoada, que é meio moqueca, meio bacalhoada, mais com postas, ou ensopado. Esse prato, o bacalhau com natas, leva molho branco, é uma coisa mais cremosa, parece uma torta”, destaca.

Para a receita, Júlio utiliza postas ou lombos de bacalhau, com um ou dois quilos, dependendo do pedido feito pelo cliente.

(*) Colaborou Bruno Moreno

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