Sob medida: fugir de dietas da moda e buscar atenção individualizada facilitam perda de peso

Patrícia Santos Dumont
pdumont@hojeemdia.com.br
31/12/2017 às 06:00.
Atualizado em 03/11/2021 às 00:30
 (Divulgação)

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Aderir a uma dieta da moda pode significar eliminar arroz e pão do cardápio, se alimentar como um homem das cavernas ou simplesmente encher a despensa de vegetais. Promessa de enxugar calorias e fazer as pazes com a balança, elas até podem introduzir um novo estilo de vida, mas exigem cuidado. Muito mais do que começar o ano com planos de uma silhueta nova, é fundamental pesar os prós e contras dos regimes compartilhados na internet e tidos como a “salvação da lavoura”. 

Especialista em clínica médica e nutrologia, Paula Whyte diz que a escolha de um plano alimentar deve ser obrigatoriamente individual. “Numa consulta, levamos em conta tanto objetivos do paciente, quanto necessidades médicas. Um atleta de alto rendimento tem necessidades diferentes de um paciente com colesterol alto ou diabético”, exemplifica.

Segundo a integrante do Núcleo de Nutrologia da Clínica Bruno Vargas, em BH, dietas restritivas, como as que eliminam principalmente os carboidratos, responsáveis por fornecer energia ao corpo, são as que mais exigem acompanhamento profissional. 

“Restrições drásticas levam a deficiências de minerais e vitaminas, sendo necessário fazer uma reposição. Do contrário, o paciente terá perda de massa muscular e não de gordura, o que é péssimo para a saúde”, reforça. 

Reflexos negativos

Doutora em Ciência de Alimentos, a nutricionista Verena Bartkowiak de Oliveira, do Spa e Núcleo Edy Mafra, na capital mineira, ressalta que grande parte dos regimes mais populares assegura um emagrecimento rápido, mas com reflexos na saúde. Preconizado pelas dietas com baixo índice de carboidratos – como Dukan e Atkins –, o consumo excessivo de proteína e gordura saturada pode aumentar consideravelmente o colesterol.

Para esses casos, a recomendação é priorizar a ingestão de carnes brancas e gorduras vegetais de boa qualidade como azeite, coco, açaí, castanhas e peixe. “Bacon, leite e derivados são permitidos, mas com moderação”, ensina.

Alerta

Pé no freio também para o consumo exagerado de carne vermelha, pilar da dieta paleolítica, que resgata os hábitos dos homens das cavernas. “Em excesso, aumenta consideravelmente o risco de doenças cardiovasculares e de câncer. Um acompanhamento médico e nutricional, com exames periódicos é mais do que necessário”, alerta Verena.

Conforme a nutricionista, planos alimentares que não levam em conta as necessidades individuais do paciente também podem resultar em efeitos colaterais indesejáveis, tais como dor de cabeça, mau humor e cansaço, frutos, principalmente, da restrição de carboidratos. “Para perder peso, não existe segredo nem fórmula mágica. Quando o assunto é alimentação saudável, equilíbrio e moderação são palavras-chave”, diz. 

Além disso:

Identificar o objetivo pessoal, diagnosticar possíveis problemas de saúde e medir o Índice de Massa Corporal (IMC) do paciente são passos fundamentais antes de iniciar uma dieta. Com 70% de peso sobre os resultados obtidos, a alimentação adequada é, sem dúvida, o quesito mais importante a ser seguido, afirma o nutrólogo de BH, Lucas Penchel.

Segundo o profissional, além de levar em conta pontos positivos e negativos de dietas tidas como milagrosas, é importante ficar atento também à chamada epigenética. “Se a pessoa pesa 90 quilos e perde dez em um mês, neste período de tempo tão curto não foi possível fazer com a genética mudasse a ponto de assimilar o novo peso. Qualquer irregularidade súbita na dieta fará com que volte ao original, é o efeito sanfona”, detalha. 

Por esse motivo, conforme Penchel, é recomendado que, ao perder muito peso em um curto espaço de tempo, o paciente mantenha o tratamento e o emagrecimento, mesmo após ter atingido o peso desejado. “É nesse período que o corpo irá entender que agora não pesa mais 90 quilos. Isso pode levar de seis meses a um ano”, completa. 

Um bom parâmetro para habituar-se aos novos hábitos alimentares é esperar até 15 dias contados a partir da mudança. “Toda mudança alimentar, de fuso, temperatura ou altitude gera um efeito colateral súbito e passa a ser um dificultador. É preciso ter paciente e esperar. Do terceiro ao 15º dia a pessoa se sentirá melhor”, afirma.

Confira os prós e contras das dietas que fizeram sucesso em 2017:Editoria de Arte

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