Polícia Federal mira Queiroz Galvão em nova fase da 'Lava Jato'

Da Redação
Hoje em Dia - Belo Horizonte
02/08/2016 às 07:45.
Atualizado em 15/11/2021 às 20:06
 (Estadão Conteúdo)

(Estadão Conteúdo)

A Polícia Federal deflagrou, na manhã desta terça-feira (02), a Operação "Resta Um", referente a 33ª fase da 'Lava Jato'. A ação é realizada simultaneamente em Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Goiás e Pernambuco. O alvo é a empreiteira Queiroz Galvão. São cumpridos mandados com a finalidade de obter provas adicionais de crimes de organização criminosa, cartel, fraudes licitatórias, corrupção e lavagem de dinheiro, relacionados a contratos firmados pela Queiroz Galvão com a Petrobras.

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Foram presos preventivamente o ex-diretor Othon Zanoide Moraes Filho e o ex-presidente Ildefonso Colares Filho. Os executivos já haviam sido detidos na sétima fase da Lava Jato, em novembro de 2014, mas foram soltos após decisão da Justiça.

Essa é a primeira fase da Lava Jato após recesso de quase um mês. A penúltima fase da operação (32ª) foi deflagrada no dia 7 de julho para investigar bancos e instituições financeiras operados de forma clandestina no Brasil para lavagem de dinheiro.

colhidas nas investigações revelam que houve corrupção, com o pagamento de propina a funcionários da estatal. De acordo com a investigação, as propinas se aproximam da cifra de R$ 10 milhões.

 Queiroz Galvão quanto pelo consórcio Quip.

 Queiroz Galvão com o objetivo de evitar as apurações da CPI.

 de expedientes complexos de lavagem de dinheiro, inclusive no exterior".

A Queiroz Galvão ainda não se pronunciou sobre a nova fase da operação.

CPI DA PETROBRAS

Ildefonso Colares Filho foi citado pelo ex-deputado federal Pedro Corrêa (PE) em proposta de delação premiada. Segundo o deputado, o governador em exercício do Rio de Janeiro, Francisco Dornelles (PP), recebeu, em 2009, R$ 9 milhões de Colares para silenciar a CPI da Petrobras, de acordo com informações de junho do jornal "O Estado de S. Paulo".

O ex-deputado teria dito que o trato de silenciamento da CPI da Petrobras foi confirmado pelo ex-diretor Zanoide Moraes Filho durante uma conversa com o doleiro Alberto Youssef, também delator na Lava Jato.

De acordo com o delator, Othon e Ildefonso relataram a Corrêa que haviam entregue R$ 10 milhões ao senador Sérgio Guerra (PSDB-PE), morto em 2014. Esse dinheiro também teria saído da cota de R$ 37 milhões destinados ao PP por determinação do então diretor de abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, e teria sido entregue por Fernando Baiano, ambos delatores na Lava Jato.

Na ocasião, Dornelles disse que "não comenta declarações absurdas e ridículas feitas no âmbito de delação premiada". Ainda na ocasião, A Queiroz Galvão informou à publicação que "não comenta investigações em andamento".

CARTEL DAS EMPREITEIRAS

A nova fase tem como objetivo principal investigar a participação da Queiroz Galvão no chamado "cartel das empreiteiras", grupo de empresas que se organizaram com o objetivo de executar obras contratadas pela Petrobras.

As obras investigadas no momento envolvem contratos no Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro, nas refinarias Abreu e Lima, Vale do Paraíba, Landulpho Alves e Duque de Caxias.

O Grupo Queiroz Galvão tem o terceiro maior volume de contratos celebrados com a Petrobras, alcançando um total superior a R$ 20 bilhões.

CONSÓRCIO QUIP

Um dos alvos da 33ª fase, o Consórcio Quip, fez repasse de R$2,4 milhões para o caixa dois da campanha eleitoral do ex-presidente Lula em 2006, segundo o sócio da construtora UTC Ricardo Pessoa, um dos delatores da Lava Jato.

Segundo Pessoa, os recursos foram destinados pelo consórcio Quip, responsável pela obra da Plataforma P53 da Petrobras, e repassados a José Filippi Júnior, que foi tesoureiro da campanha e solicitou que o pagamento fosse feito em espécie. O empreiteiro afirmou que não tinha certeza se Lula sabia da origem do dinheiro.

O depoimento fala que a verba de caixa dois foi feita por uma conta no exterior por meio do trust Quadrix, empreendimento quando uma pessoa passa a um terceiro a administração de seus bens. A conta foi abastecida por meio de superfaturamento de fornecedores e o recurso era usado para pagar pessoas. Ele não detalhou como o dinheiro chegava.

 

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