Coaf identifica saque atípico em dinheiro da conta da Stillus

Ezequiel Fagundes - Do Hoje em Dia
03/07/2012 às 11:21.
Atualizado em 21/11/2021 às 23:16
 (RENATO COBUCCI - 19/07/2011)

(RENATO COBUCCI - 19/07/2011)

A devassa na contabilidade da Stillus Alimentação, alvo principal da operação ‘Laranja com Pequi’, que investiga esquema de fraudes em licitações públicas para a contratação de merenda escolar, marmitas de presídios e bandejão de universidades nos estados de Minas, Rio de Janeiro e Tocantins, descobriu indícios de pagamento de propina para servidores do alto escalão da Prefeitura de Montes Claros, no Norte de Minas.

Na segunda-feira (2), o Ministério Público estadual (MP) de lá identificou uma série de depósitos bancários feitos pelo assessor especial da prefeitura, Noélio Francisco de Oliveira, na conta corrente do chefe de gabinete da Prefeitura de Montes Claros, Éder Júnior, que é cunhado do prefeito Luiz Tadeu Leite (PMDB).

Segundo um relatório do Conselho de Atividades Financeiras (Coaf), órgão do governo federal encarregado de monitorar transações financeiras com suspeita de lavagem de dinheiro, foram monitorados três saques, no total de R$ 750 mil em dinheiro vivo, das contas da Stillus.

Com R$ 19 milhões destinados até janeiro deste ano, a Prefeitura de Montes Claros é a segunda maior cliente da empresa em todo o país. Dois dos três saques foram registrados em nome do sócio da Stillus, o empresário e vice-presidente do Cruzeiro, José Maria Queiroz Fialho. O outro saque foi registrado em nome do banco usado pela empresa.

Segundo relatório da operação ‘Laranja com Pequi’, as retiradas coincidem com os ‘dias imediatamente posteriores a assinatura de contrato com a Prefeitura de Montes’.

Desde 2009, a prefeitura terceiriza os serviços de alimentação da rede escolar do município para a Stillus, quando viu seus gastos saltarem de R$ 2 milhões para R$ 12 milhões anuais.  Conforme os dados do Coaf, os saques foram registrados nos dias 10, 13 e 18 de agosto daquele ano, depois da contratação da empresa pela prefeitura.

Documentos

Nessa semana, o MP de BH começa a colher os depoimentos dos suspeitos, além de periciar os documentos apreendidos. A oitiva mais aguardada é a do funcionário da Stillus identificado como Evandro, No dia da operação, conforme mostrou o Hoje em Dia com exclusividade na edição da última quinta-feira, Evandro recebeu ordens de José Maria Fialho para extraviar documentos. O diálogo entre eles foi grampeado.

Na conversa, Fialho fala para Evandro colocar os documentos num saco e também lembra ao funcionário para desligar o circuito interno de segurança da sede da Stillus, no Bairro Buritis, na capital.

Para o MP, a intenção de Fialho era de atrapalhar as investigações, tanto que um pedido de prisão contra o cartola está sendo avaliado.

Saiba mais sobre o caso na edição digital do Hoje em Dia.

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