Juiz do Pará diz que não vai tolerar boca de urna e "compra de voto"

Carlos Mendes
05/10/2012 às 18:33.
Atualizado em 22/11/2021 às 01:50

O juiz eleitoral Líbio Araújo Moura, de Parauapebas, no sudeste do Pará, avisou aos candidatos que disputam a prefeitura que não vai tolerar boca de urna, compra de votos, brigas entre militantes partidários ou arruaças pelas ruas durante a eleição deste domingo. As tropas federais requisitadas pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE) já estão na cidade de 153 mil habitantes e o clima é pesado entre partidos e coligações adversárias. Tudo por conta da apreensão, pela polícia, na terça-feira (02), de R$ 1,1 milhão em três mochilas que estavam dentro de um avião.

O dinheiro, segundo denúncia anônima feita ao juiz e investigações preliminares da Polícia Federal de Marabá, seria usado na compra de votos em favor do candidato do PT, José das Dores Couto, o Coutinho, apoiado pelo atual prefeito, o também petista Darci Lermen. Os petistas não aceitam a acusação e alegam que tudo não passa de "armação" do principal adversário de Coutinho, o empresário e tucano Valmir Mariano Queiroz, o Valmir da Integral, apoiado pelo governador do estado, Simão Jatene (PSDB).

"Eu disse a todos os candidatos que não permitirei pressões de qualquer tipo sobre os eleitores para que estes manifestem livremente sua vontade nas urnas. A justiça eleitoral pretende fazer uma eleição limpa e tranquila e quem se desviar do caminho que traçamos será imediatamente preso", contou Moura ao Grupo Estado, informando que requisitou à prefeitura a cessão das instalações do ginásio poliesportivo do Bairro Beira Rio para manter detidas eventuais pessoas que forem flagradas cometendo algum crime eleitoral.

Moura também pediu aos candidatos que já na segunda-feira, depois de conhecido o resultado das urnas, eles "desarmem os palanques", reassumam suas atividades normais e ajudem a quem for vitorioso a fazer da cidade "um lugar bom para se viver".

A disputa pela prefeitura é uma das mais acirradas dos últimos anos em todo o Pará. O PT governa há oito anos e quer manter o poder por mais quatro, elegendo o sucessor de Lermen. O PSDB, por sua vez, quer acabar com a hegemonia petista, também de olho no gordo orçamento municipal, o segundo maior do Pará, só perdendo para Belém.

Tantos interesses em jogo têm como principal razão o fato de Parauapebas abrigar em seu solo, na Serra dos Carajás, as maiores minas de ferro do planeta. Nos cofres da prefeitura são depositados mensalmente mais de R$ 130 milhões, produto da arrecadação de royalties e ICMS pagos pela empresa Vale, que explora e exporta o minério.

Em contrapartida, a cidade atrai migrantes de todo o País e, segundo o censo de 2010 do IBGE, registra uma das maiores médias de crescimento populacional do país na faixa entre 100 mil e 200 mil habitantes.
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