(Abraão Bruck/CMBH)
A Câmara Municipal de Belo Horizonte (CMBH) indicou o vereador Juliano Lopes (Agir) para presidir a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), criada para investigar os contratos da Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) com o consórcio de empresas responsável pela limpeza das águas da lagoa da Pampulha.
O requerimento de abertura da CPI acusa a prefeitura de contratar a empresa de limpeza das águas sem licitação e fazer aditivos ao contrato que já soma R$ 61 milhões, quase quatro vezes o valor previsto inicialmente. Além de afirmar que a administração municipal transformou uma empreitada com prazo limitado para ser realizado em uma prestação de serviços permanente e sem licitação.
A indicação de Juliano Lopes foi feita nesta terça-feira (13), um dia após o prefeito Fuad Noman (PSD) ser derrotado na disputa pela presidência da Câmara, realizada na segunda-feira (12).
O vencedor, vereador Gabriel Azevedo (sem partido), usou seu discurso para questionar a força do prefeito e acusar o chefe do Executivo de tentar influenciar de forma indevida na eleição da Câmara.
Logo após eleito, Gabriel Azevedo procurou o prefeito e os dois gravaram um vídeo juntos afirmando que irão buscar uma relação harmônica. Contudo, a abertura dos trabalhos da CPI e a indicação de Juliano Lopes para presidência da CPI é mais um episódio do momento de maior fragilidade na relação de Fuad com os vereadores da capital.
Ressentimentos
Juliano Lopes era o candidato da atual presidente da Câmara, Nely Aquino (PP), para sucessão na Casa, mas se viu obrigado a negociar um acordo com Gabriel após, nas palavras dele, ser traído por Fuad Noman, que trabalhou para a eleição de outros candidatos.
Agora, com a instalação da CPI composta por maioria de vereadores da oposição ao prefeito, caberá a Juliano Lopes conduzir os trabalhos.
O vereador disse em entrevista após a eleição da Câmara que existe um acordo entre ele e Gabriel Azevedo para um revezamento no comando do Legislativo municipal e reclamou da postura da prefeitura durante a eleição.
“Qual o problema de investigar os contratos de limpeza da Pampulha? Qual o problema de criar uma CPI? Nós estamos aqui para isso. É natural e não deveria ser um problema para a prefeitura”, destacou. A Comissão tem até 13 de maio para apresentar o resultado dos trabalhos e pode ter o prazo prorrogado por mais 60 dias.
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