Petistas atingidos por produto químico despejado por drone em evento com ex-presidente Lula (PT) e ex-prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PSD), em Uberlândia, em 15 de junho, vão pedir que os pilotos do aparelho paguem indenização de 10 salários mínimos.
A informação foi passada pela advogada das vítimas, Joana D'Arc de Castro. Ela participou de audiência pública da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) nesta segunda-feira (27).
Durante a audiência, os participantes classificaram o ataque como “cerceamento da livre expressão, da livre associação e da livre organização política”.
No dia do ataque, ocorrido no estacionamento do Centro Universitário do Triângulo (Unitri), pessoas que estavam presentes seguiram o drone e chegaram até o local onde estavam três homens que o controlavam, como contou a vereadora de Uberlândia, Dandara (PT).
Segundo ela, foram essas pessoas que pressionaram para que policiais conduzissem os responsáveis para a oitiva e apreendessem o drone para que se fizesse a perícia do líquido. A vereadora lembrou, ainda, que os responsáveis chegaram a postar vídeos da ação nas redes sociais, quando se referiram ao líquido como "veneno".
Uma das vítimas da ação, Conceição Leal, destacou que, aos 72 anos, teve medo das reações que poderiam ser causadas pelo material desconhecido que foi despejado sobre o público.
Ela apontou que, como não havia água corrente no local, precisou limpar com água potável gelada que foi jogada em sua cabeça, além de álcool gel. Como consequência, teve uma forte gripe, que quase se tornou uma pneumonia. Além disso, a idosa contou que sua pele apresentou vermelhidão como reação à substância.
Os participantes da audiência na ALMG reforçaram a importância de se apurar as responsabilidades civis e criminais. O deputado Cristiano Silveira (PT), um dos autores do requerimento que gerou a reunião desta segunda (27), disse que a ação mostra "a face violenta de certos setores políticos da sociedade".
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