PMDB de MG quer barrar apoio interno a candidato tucano

Ana Flávia Gussen - Hoje em Dia
29/04/2014 às 08:41.
Atualizado em 18/11/2021 às 02:20
 (Lucas Prates/Hoje em Dia)

(Lucas Prates/Hoje em Dia)

Uma semana depois de aprovar a aliança com o PT para a campanha ao governo de Minas, o PMDB estadual anunciou o início de uma campanha interna para desmobilizar o movimento “Dilmenta” entre seus prefeitos. Dirigentes criticaram nesta segunda-feira (28) a participação de vereadores, prefeitos e lideranças peemedebistas em agendas de Pimenta da Veiga (PSDB) no interior de Minas. Na ocasião foi aprovada por unanimidade a participação do PMDB nas caravanas do PT pelo interior.

O presidente do partido em Minas, Antonio Andrade, diz que houve “aliciamento” dos prefeitos por parte do Palácio Tiradentes. De acordo com ele, o governo estaria usando como argumento a liberação de verbas. “O governo do estado faz isso muito bem. Ele segura a liberação de recursos até o prefeito dar a palavra final. Por isso, muitos só se manifestam depois que não tem mais recursos para sair. Queremos mostrar para eles que mais importante que R$ 50 mil ou R$ 1 milhão são mudanças no governo”, afirmou Andrade.

O principal argumento para tentar convencer os correligionários será o tempo de televisão que os candidatos às prefeituras terão em 2016. “Vamos mostrar que isso vai depender do número de deputados federais”, afirmou o dirigente. Ele vai se reunir pessoalmente com os 120 prefeitos peemedebistas. Deputados também estão incumbidos de assegurar a fidelidade em suas bases.

Ex-dirigentes da executiva e atuais prefeitos também devem ajudar a evitar o “Dilmenta”, como o presidente da Associação dos Municípios do Vale do Aço e prefeito da cidade de Periquito, Geraldo Godoy.

Por meio da assessoria de imprensa, o governo de Minas afirmou que não irá comentar as declarações de Andrade, por se tratar de uma “questão política”.

De cima para baixo

O deputado federal Saraiva Felipe, que integra a corrente contrária a Antonio Andrade dentro do partido, atribuiu a infidelidade dos prefeitos à maneira como o diretório estadual costurou a aliança com o PT. De acordo com ele, as lideranças não foram ouvidas, atropelando a mobilização pela candidatura própria que já estava montada no interior do estado.

A declaração gerou reação do secretário-geral do partido, Sávio Souza Cruz. “Quem foi ouvido dentro do PSDB quando Pimenta da Veiga foi lançado? Ele saiu do bolso do colete de uma pessoa. Um político aposentado e apresentado como candidato natural. Agora, um partido do tamanho do PMDB decide por unanimidade da executiva e dizem que ninguém foi ouvido?”, declarou Souza Cruz.

Clésio mantém suspense sobre apoio

Depois de ter sua pré-candidatura ao governo de Minas desidratada pelo partido, o senador Clésio Andrade (PMDB) declarou que não vai se posicionar se apoiará o candidato do PT Fernando Pimentel. Em nota encaminhada à imprensa, o senador reafirmou a desistência de sua candidatura.

“O Senador Clésio Andrade declarou no dia de hoje, que acatou a decisão do PMDB, de não ter candidato a governador, em respeito aos amigos deputados estaduais e federais que precisam de coligação para se reelegerem. No entanto, se reserva o direito de decidir mais à frente, a sua posição com relação às candidaturas para governador e senador em Minas Gerais”, registrou a nota divulgada por sua assessoria. Clésio foi vice- governador de Aécio Neves e ajudou a editar o movimento suprapartidário “Helécio” em 2010.

Clésio não compareceu à reunião da executiva nesta segunda-feira (28), assim como o deputado Leonardo Quintão, também defensor da candidatura própria.

A declaração do senador pode esbarrar na resolução do PMDB que exige que os detentores de mandato apoiem a candidatura majoritária. Apesar disso, o presidente Antonio Andrade afirmou que a decisão da executiva é soberana mas evitou comentar a nota do aliado. “Ainda não discutimos sobre A ou B depois que decidimos apoiar o PT, mas o PMDB como um todo vai caminhar com o PT. Entendemos que é compromisso de cada um”.

O secretário-geral do partido, Sávio Souza Cruz, elogiou a postura do senador de abrir mão da candidatura e disse que espera que ele entre na campanha. “Espero que essa unidade integre o Clésio, como todos os filiados em Minas”, afirmou o deputado. Nesta segunda-feira (28), a pedido do secretário-geral, foi aprovada uma moção de aplauso a Clésio Andrade pelo gesto de abrir mão da candidatura própria e desistir de disputar a convenção partidária.
 

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