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Rodrigo Pacheco, entidades e políticos mineiros manifestam repúdio a agressões contra jornalistas

Hermano Chiodi
hcfreitas@hojeemdia.com.br
06/01/2023 às 19:01.
Atualizado em 06/01/2023 às 19:05
 (Reprodução / Redes sociais)

(Reprodução / Redes sociais)

O presidente do Senado, o mineiro Rodrigo Pacheco (PSD), manifestou repúdio às agressões ao fotógrafo do Hoje em Dia, Maurício Vieira, e jornalistas mineiros que acompanhavam o desmonte do acampamento bolsonarista em frente à 4ª Região Militar, na avenida Raja Gabaglia, em Belo Horizonte.

"O direito a livres manifestações populares são naturais em um ambiente democrático e devem ser respeitadas por todos, independentemente da concordância ou não com elas. Entretanto, devemos repudiar com contundência atos antidemocráticos e agressões a jornalistas e contra a liberdade de imprensa", declarou.

O presidente da Câmara Municipal de Belo Horizonte (CMBH), vereador Gabriel Azevedo, também enviou nota sobre as agressões. 

"O direito fundamental à manifestação não se confunde com a obstrução de vias públicas em caráter duradouro, seja qual for o viés ideológico, muito menos com a agressão de fotógrafos e jornalistas, o que é criminoso e inaceitável. A imprensa livre é um dos pilares do Estado Democrático de Direito. A violência contra esses profissionais merece total repúdio", afirmou.

Ainda na quinta-feira, o governador Romeu Zema encaminhou nota sobre a agressão sofrida pelo repórter do Hoje em Dia.

"O Governo de Minas combate todo e qualquer tipo de violência. É inaceitável que profissionais de imprensa sejam intimidados e agredidos durante o exercício de sua profissão. As forças de segurança irão apurar os fatos para identificar e buscar responsabilização legal dos autores. Minha solidariedade ao fotógrafo do jornal Hoje em Dia e desejo de pronta recuperação”, disse em nota.

Outros políticos buscaram as redes sociais para manifestar solidariedade aos profissionais de imprensa. Foi o caso da deputada estadual Beatriz Cerqueira (PT) e do deputado federal Reginaldo Lopes (PT).

Entidades

O Instituto dos Advogados de Minas Gerais (IAMG) classificou de "inadmissíveis" as agressões cometidas por manifestantes em frente ao Comando da 4ª Região Militar, na avenida Raja Gabáglia, contra o fotógrafo do Hoje em Dia.

“A atuação livre e independente dos profissionais e órgãos de imprensa consiste em um dos instrumentos mais eficazes para o combate ao autoritarismo, ao despotismo e à ditadura. Assim, iniciativas que avancem em sentido contrário devem ser combatidas energicamente”, afirma a nota da entidade.

A manifestação segue a linha de posicionamentos divulgados por outras entidades como a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), a Associação Nacional de Jornais (ANJ) e a Ordem dos Advogados do Brasil de Minas Gerais (OAB-MG) declarando solidariedade ao profissional agredido e ao Jornal Hoje em Dia.

Desmonte

Nesta sexta-feira (6), pela manhã, equipes da Prefeitura de Belo Horizonte e da Guarda Municipal desfizeram o acampamento recolhendo barracas e material utilizado pelos manifestantes. Durante a ação, mais profissionais de imprensa, de diversos veículos, que acompanhavam a manifestação foram agredidos e entraram em conflito com os agressores, sem intervenção dos guardas que realizavam a ação.

Questionado sobre a falta de ação dos agentes para a prisão em flagrante dos autores, o comandante da Guarda Municipal, Júlio César de Freitas, afirmou que não havia agentes próximos aos jornalistas no momento do ataque. Segundo ele, serão capturadas imagens de câmeras de vigilância na região na tentativa de subsidiar os trabalhos de investigação da Polícia Civil. 

Confira a íntegra das notas encaminhadas ao Hoje em Dia

Senador Rodrigo Pacheco, presidente do Senado

O direito a livres manifestações populares são naturais em um ambiente democrático e devem ser respeitadas por todos, independentemente da concordância ou não com elas. Entretanto, devemos repudiar com contundência atos antidemocráticos e agressões a jornalistas e contra a liberdade de imprensa. As forças de segurança devem agir para coibir essas iniciativas que não condizem com o Estado Democrático de Direito.

Vereador Gabriel Azevedo, presidente da CMBH

O direito fundamental à manifestação não se confunde com a obstrução de vias públicas em caráter duradouro, seja qual for o viés ideológico, muito menos com a agressão de fotógrafos e jornalistas, o que é criminoso e inaceitável.

A imprensa livre é um dos pilares do Estado Democrático de Direito. A violência contra esses profissionais merece total repúdio.

É importante restaurar o fluxo na avenida Raja Gabaglia e, no campo da política, o Brasil ganharia muito mais com uma oposição vigilante que jogue dentro das regras democráticas, disputando de forma propositiva, em vez de esperar uma intervenção militar que, ainda bem, não virá. O contrário de guerra é política, a forma não violenta de solucionar nossas diferenças. Democracia sempre.

Instituto dos Advogados de Minas Gerais

NOTA DE REPÚDIO

Belo Horizonte, 05 de janeiro de 2023

O Instituto dos Advogados de Minas Gerais vem manifestar o seu profundo repúdio às injustas e inadmissíveis agressões perpetradas contra repórter fotográfico do Jornal Hoje em Dia no regular exercício de suas atividades profissionais, na data de hoje, em frente à Companhia de Comando da 4ª Região Militar, na avenida Raja Gabaglia.

O repórter registrava imagens das manifestações no momento em que foi perseguido, arrastado, jogado no chão, agredido com socos e golpeado com pedaços de pau, além de terem roubado seu equipamento fotográfico.

A atuação livre e independente dos profissionais e órgãos de imprensa consiste em um dos instrumentos mais eficazes para o combate ao autoritarismo, ao despotismo e à ditadura. Assim, iniciativas que avancem em sentido contrário devem ser combatidas energicamente, máxime quando se tratar de agressão física, neste caso, com contornos de linchamento.

A agressão a um profissional de imprensa no exercício de suas atividades é um agravo contra toda a classe dos jornalistas, uma ultrajante afronta a pilares do Estado brasileiro e um abjeto atentado contra a democracia.

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