Partido Novo faz convenção para confirmar a candidatura de Romeu Zema à reeleição neste sábado (Hermando Chiodi)
A notícia de que o Partido Novo, que tem o governador mineiro Romeu Zema como principal destaque, mudou o estatuto e irá utilizar os recursos públicos do fundo partidário foi mal recebida e gerou uma série de críticas entre filiados do partido. A decisão foi tomada em reunião do diretório, na noite desta terça-feira (28), e começou a repercutir logo que foi tornada pública.
“Infelizmente o Novo se perdeu e parece que sem volta” disse um apoiador em comentário na postagem feita nas redes sociais pelo ex-presidente do partido, João Amoedo, criticando a decisão. Nos grupos de troca de mensagens internas do partido, também houve uma chuva de críticas. Alguns dos filiados chegaram a fazer postagens ameaçando se desfiliar do partido que estaria “abrindo mão de sua essência”.
Em respostas a estas críticas, o Novo divulgou uma nota na manhã desta quarta-feira (1) tentando esclarecer alguns pontos. No documento o partido esclarece que vai utilizar apenas os “rendimentos” do fundo partidário e que deve continuar devolvendo os recursos do fundo eleitoral. “Para implementar as mudanças de que necessitamos e para crescer, nosso orçamento de 2023 prevê a utilização dos recursos provenientes dos rendimentos do Fundo Partidário para complementar a receita das doações de filiados”, informa o partido.
O Hoje em Dia entrou em contato com a direção do Partido Novo em Minas Gerais questionando se existe pretensão de utilizar os recursos imediatamente e como vai acontecer esse uso.
Em resposta, o Novo informou que a decisão é recente e os detalhes e data de início do uso desses recursos ainda serão definidos.
Justificativa
Na nota pública divulgada pelo Novo, o partido reconhece que a estratégia adotada nas eleições de 2022 foi um “erro” e que o partido precisa aprender com a experiência. Uma delas é aceitar que a realidade mudou desde 2016, primeiro ano em que o partido disputou uma eleição, e que atualmente não é viável concorrer apenas com recursos de doações privadas. Segundo dados do partido, em 2016 foram utilizados R$ 272 milhões em recursos públicos contra R$ 5,2 bilhões em 2022.
“A avalanche de recursos públicos à disposição dos incumbentes, dos candidatos e partidos adversários, encarece as campanhas, cria uma competição cada vez mais desigual e desestimula as doações privadas. É um jogo de cartas marcadas, feito sob medida para nos deixar do lado de fora”, diz.
Leia mais