Praça 7 ameaçada e o desafio do comando do policiamento na capital

Hoje em Dia
01/03/2013 às 06:19.
Atualizado em 21/11/2021 às 01:28

Pela primeira vez em 236 anos de história, a Polícia Militar de Minas terá uma mulher, a coronel Cláudia Araújo Romualdo, no comando do policiamento da capital. Ela comandará um efetivo de 5.500 pessoas, numa cidade de quase 3 milhões de moradores. Não é uma tarefa fácil, como reconheceu, na quinta-feira (28), o professor Antônio Álvares, em artigo nesta página, pois são muitos os desafios. Como apontaram também moradores vizinhos da Praça Ernesto Tassini, no tradicional bairro de Santa Tereza, onde a criminalidade, incluindo a venda de produtos de roubos e o tráfico de drogas, está em franca expansão na cidade.

Apesar dos esforços das autoridades, criminosos agem até na Praça 7, coração geográfico da capital, conforme o projeto urbanístico de Aarão Reis. Os leitores deste jornal puderam conhecer essa realidade, numa série de reportagens publicadas nos últimos quatro dias. Os criminosos não se deixam intimidar pela presença física da PM e nem pelas quatro câmeras do Olho Vivo instaladas nos quarteirões que desembocam na praça.

A Associação Comercial e Empresarial de Minas, fundada quatro anos depois de Belo Horizonte, tem sua sede na avenida Afonso Pena, a 180 metros da Praça 7. É possível, como sugeriu seu presidente, Roberto Luciano Fagundes, que os policiais militares que trabalham nessa praça se sintam desestimulados a agir, por verem aqueles que prenderam voltarem no dia seguinte. Isso ocorre em razão de leis permissivas ou porque os delegados de polícia não dispõem de espaço para manter trancafiados os detidos pela PM.

A criminalidade na Praça 7 é emblemática, pelo seu papel na história da cidade. É para lá que se dirigiam políticos em campanhas, em busca de visibilidade. Não há em qualquer outro lugar da capital maior trânsito de pedestres. Foi para preservar essa história que a prefeitura investiu muito na revitalização da Praça 7, há 10 anos. Antes disso, em 1971, já havia fechado os quatro quarteirões das ruas Carijós e Rio de Janeiro mais próximos da praça, para facilitar o trânsito de pessoas.

Não é admissível que esses quarteirões se transformem em feudos de criminosos. Espera-se que o presidente da Comissão de Segurança da Assembleia Legislativa, deputado João Leite, do PSDB, tenha êxito na disposição de impedir que essa ameaça, ainda latente, venha a se confirmar num futuro próximo. Com certeza, o deputado terá apoio, em suas propostas, da comandante do policiamento da capital.

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