Pré-candidatos disputam aliados por maior participação no horário eleitoral gratuito

Lucas Simões e Rafaela Matias
primeiroplano@hojeemdia.com.br
05/06/2018 às 21:28.
Atualizado em 03/11/2021 às 03:26
 (Editoria de Arte)

(Editoria de Arte)

Os cinco pré-candidatos dos maiores partidos que pretendem disputar o Palácio da Liberdade já fazem as contas para garantir a maior fatia do horário eleitoral gratuito. É uma batalha que envolve segundos preciosos de aparição na telinha, contabilizados pelas bancadas que cada sigla tem na Câmara. Esse tempo é o responsável pela busca de alianças, que envolvem também a capilaridade das legendas. 

Por dia, os postulantes ao governo disputarão dois blocos de nove minutos na televisão — sendo um à tarde e o outro à noite, como prevê a legislação. Na rádio, o intervalo se repete. 

Tentando costurar a reeleição do governador Fernando Pimentel (PT), os petistas estimam que o partido terá uma média de 2 minutos e 25 segundos no horário eleitoral. Hoje, o PT tem 1 minuto e dez segundos. 

Conforme o líder de governo, deputado estadual Durval Ângelo (PT), eles tentam aumentar essa projeção e cumprir a recomendação de Pimentel para fechar um “chapão”, incluindo partidos que ainda não se posicionaram, como Avante, PR e PRB. 

No ninho tucano, segundo a assessoria, a campanha de Antonio Anastasia (PSDB) espera que o senador tenha 2 minutos e 42 segundos na televisão, contando com alianças com PSD e PSC, além do PPS, que anuncia hoje apoio à chapa, e outras siglas. Hoje, aqueles que oficializaram o apoio somam 1 minuto e 53 segundos.

Já Marcio Lacerda (PSB) espera abocanhar mais de 3 minutos na televisão, contando com o apoio formalizado ontem pelo PDT e PROS, e com legendas que ainda dialogam com ele. Mas, por enquanto, o socialista tem 1 minuto e 4 segundos.

Mesmo sem aliança com partidos de peso, Rodrigo Pacheco (DEM), que tem hoje 22 segundos, aposta nas siglas pequenas para chegar aos cerca de 2 minutos de que espera dispor na televisão. Além de sondagens com Avante, PP, PMB,  PTC e Solidariedade, Pacheco não descarta um apoio vindo do MDB.
Apesar disso, os emedebistas têm feito coro por uma candidatura de Adalclever Lopes. 

Análise
O cientista político José Antônio Tavares, do Departamento de Ciência Política da UFMG, adverte que, como os partidos ainda não oficializaram todos os apoios, só é possível ter uma expectativa do tempo de televisão que cada legenda terá isoladamente. 

“Em uma conta simplista, cada político de um partido vale cerca de 1 segundo porque dividimos o número total de deputados (513) pelo número de minutos disponibilizados na TV (neste ano, 9 minutos). Mas essa conta é passível de muitas variações, dependendo dos acordos firmados e do número de candidaturas. Cada segundo vale ouro”, diz Tavares.

Além de 90% do tempo total ser dividido conforme o número de deputados de cada legenda, é preciso levar em conta que o restante é rateado entre todos os candidatos de forma igualitária.

 
Pré-candidato ao governo de Minas pelo PSB, o ex-prefeito de Belo Horizonte Marcio Lacerda recebeu ontem o apoio de dois partidos que garantirão à campanha dele um tempo maior de televisão: PDT e PROS. 

O socialista coloca-se como terceira via na disputa pelo Palácio da Liberdade, mas sofre pressões para que entre na briga nacional sendo vice em uma chapa do presidenciável Ciro Gomes (PDT), de quem é amigo. Apesar de considerar remota a possibilidade, ele não a descarta. “Tenho uma boa relação pessoal, política e de trabalho com o Ciro Gomes, trabalhei com ele por 2 anos e meio em Brasília e sempre acompanhei a sua carreira. Realmente me sinto muito honrado com a possibilidade, mas é algo que não depende de mim, e sim das discussões entre os dois partidos”, afirmou. 

Lacerda destacou ainda que o PSB precisa passar por um entendimento interno em relação à possibilidade, já que algumas vertentes defendem a neutralidade da legenda na disputa presidencial. “Há correntes que defendem que o partido não esteja em nenhuma chapa majoritária para presidente”, afirmou. 

Seja qual for o Palácio de que a campanha tratará, o pré-candidato acredita que a ausência de acusações de corrupção no currículo dele será ponto forte em relação aos adversários. 

“Tenho uma história sem manchas do ponto de vista de malfeitos na administração pública. Além disso, tenho uma baixa rejeição e certamente a estrutura que esses partidos trarão à nossa pré-campanha me tornará mais conhecido em todas as regiões do Estado”, acredita. 

Proporcional
Nas disputas para deputado federal e estadual, PSB, PDT e PROS não confirmaram se seguirão juntos, mas uma das articulações possíveis inclui a participação do PCdoB, com um acordo que possibilite o lançamento da deputada Jô Moraes ao cargo de senadora. 

“Eles (PCdoB) disseram que gostariam de se habilitar para fazer parte da chapa, mas essa decisão não é minha”, afirmou Lacerda. 

Caso a pré-candidatura de Lacerda se consolide no governo estadual, o deputado federal Jaime Martins (PROS) é um dos nomes cotados para o cargo de vice. 

ALÉM DISSO

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e os Tribunais Regionais Eleitorais (TREs), junto com partidos e representantes de emissoras de rádio e televisão, têm até 24 de agosto para elaborar plano de mídia para o horário eleitoral gratuito, que começa em 31 de agosto, 37 dias antes das eleições, e termina em 4 de outubro, três dias antes do pleito. 

Os debates no rádio e na televisão só poderão ser realizados até 4 de outubro, admitida a extensão do debate cuja transmissão seja iniciada nesta data e se estenda, no máximo, até as 7h do dia 5. Um dia antes das eleições, 6 de outubro, será a data-limite para a distribuição de material gráfico, bem como a realização de carreata, passeata e utilização de carro de som com divulgação de jingles e mensagens dos candidatos.

Outros candidatos: Também pré-candidatos ao governo de Minas, Dinis Pinheiro (SD), Romeu Zema (Novo) e João Batista Mares Guia (Rede) terão o menor tempo na televisão durante o horário eleitoral gratuito, devido à baixa representatividade que os partidos deles dispõem no Congresso, ainda que não estejam definidos os apoios que terão.


 

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