Preços da cafeicultura e viagem de Dilma a Varginha

Hoje em Dia
07/08/2013 às 06:32.
Atualizado em 20/11/2021 às 20:44

A viagem da presidente Dilma Rousseff a Varginha, no Sul de Minas, prevista para esta quarta-feira (7), pode ser um sucesso ou um fracasso. Vai depender do anúncio que ela fizer – ou não – das medidas para tirar a cafeicultura da crise provocada pelos preços baixos do café, principal produto agrícola da região.

Se não tiver nada para anunciar, talvez fosse melhor não voltar hoje a Varginha, onde esteve pela última vez em 2010, durante a campanha eleitoral. Pois os cafeicultores do Sul de Minas, que já fizeram protestos nas ruas, na última década, estão muito irritados com seu governo. Desde novembro, esperam por ajuda.

Quando Dilma Rousseff foi a Varginha no dia 16 de setembro de 2010 para pedir votos, ela prometeu ajudar na solução dos problemas de endividamento e na fixação de um preço mínimo para a saca de café. De fato, seu governo fixou para este ano preço mínimo de R$ 307, mas os cafeicultores aguardam há nove meses a liberação dos recursos oficiais para financiamento da colheita, estocagem e custeio do café.

Há dois dias, cafeicultores viajaram a Brasília para ouvir do ministro da Agricultura, Antônio Andrade, do PMDB mineiro, o anúncio do pacote de apoio ao setor. Mas ele, depois de se fazer esperar por mais de uma hora, apareceu para se desculpar: não conseguira encerrar as negociações com a área econômica do governo.

Para minimizar a decepção, acrescentou que talvez as medidas fossem anunciadas hoje pela própria presidente, em Varginha.
O presidente da Cooperativa dos Cafeicultores de Guaxupé, Carlos Paulino, um dos que aguardavam o anúncio no auditório do Ministério da Agricultura, na segunda-feira, afirmou aos repórteres que parte do café colhido neste ano no Sul de Minas fora vendida a R$ 280 a saca – R$ 27 abaixo do preço mínimo –, pois o produtor não podia esperar mais para pagar as contas. Na Zona da Mata, o prejuízo seria ainda maior. O preço de produção da saca é calculado ali em R$ 360, mas produtores pressionados pelos credores têm vendido a R$ 240.

Apesar das dificuldades de quem produz e emprega mão de obra na cafeicultura, as exportações do setor em Minas somaram US$ 3,4 bilhões no período de 12 meses iniciado em julho de 2012. É um setor que não pode ser ignorado pelo governo, assim como o agronegócio brasileiro como um todo.

Sem este, as exportações do país teriam ficado menores em US$ 100 bilhões.  

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