Acidente aéreo em Moscou foi aparentemente causado por gelo no medidor de velocidade

AFP
13/02/2018 às 13:47.
Atualizado em 03/11/2021 às 01:19
 (Handout / RUSSIAN EMERGENCY MINISTRY / AFP)

(Handout / RUSSIAN EMERGENCY MINISTRY / AFP)

A queda de um avião Antonov de uma companhia russa, que provocou 71 mortos no domingo (11) perto de Moscou, foi aparentemente causada pela formação de gelo nas sondas medidoras de velocidade, indicaram nesta terça-feira (13) os investigadores.

"O acidente pode ser explicado pelos dados incorretos sobre a velocidade recebidos pelos pilotos, que aparentemente se deveu à formação de gelo nas sondas, cujo sistema de aquecimento estava desligado", indicou em um comunicado o Comitê Intergovernamental da Aviação (MAK).

Estas conclusões de baseiam em "uma análise preliminar das informações registradas" na caixa-preta que conserva os parâmetros técnicos do voo, assim como "na análise de casos similares anteriores", detalhou o organismo encarregado de investigar os acidentes aéreos.

O avião de linha, um birreator Antonov An-148 da companhia Saratov Airlines colocado em serviço em 2010, explodiu perto de Moscou no domingo, pouco depois de ter decolado do aeroporto de Domodedovo.

Transportava 65 passageiros e seis membros da tripulação. Todos morreram no acidente.

O avião, que se dirigia para Orsk, uma cidade dos Urais na fronteira com o Cazaquistão, explodiu no distrito de Ramenski, localizado a sudeste de Moscou.

Ele desapareceu dos radares às 14h48 locais deste domingo, quatro minutos após a decolagem, e caiu no distrito de Ramensky, a 70km de Moscou, perto do povoado de Stepanovskoye.

"O tempo estava muito nublado e a neve caía com força. Quando o avião caiu, vimos uma enorme bola de fogo surgir no local, achamos que fosse um meteorito", contou à AFP Tatiana Yukova, que assistiu à tragédia da janela de sua casa.

Também chamados de "Tubos de Pitot", estas sondas permitem aos pilotos controlar a velocidade do avião, um elemento fundamental para seu equilíbrio no voo.

Se essa sondas ficam obstruídas por causa da formação de gelo, ou por algum objeto, podem mostrar uma velocidade incorreta aos pilotos, o que pode fazer o avião cair se ele estiver voando muito devagar, ou provocar problemas estruturais se o fizer rápido demais.

O congelamento dessas sondas foi assinalado como a provável causa do acidente do Airbus A330 da Air France que fazia o trajeto Rio de Janeiro-Paris (voo AF447) e que caiu no Oceano Atlântico em 1º de junho de 2009, e no qual morreram seus 228 ocupantes.

Nesta terça-feira, centenas de homens uniformizados continuavam a vasculhar vários hectares cobertos de neve, em busca de corpos ou restos do avião. A área também era percorrida por veículos e sobrevoada por helicópteros.

As buscas, que mobilizaram mais de mil pessoas e 200 veículos, vão se estender "por volta de uma semana", apontou o ministro de Transporte Maxime Sokolov.

São empecilhos para as buscas "a superfície muito vasta sobre a qual os detritos se espalharam, a neve e o relevo local", destacou o ministro de Situações de Emergência, Vladimir Poutchkov, no local do acidente.

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