São Paulo - O presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, disse neste sábado (24) que Israel tem que se curvar em relação aos direitos dos palestinos, em conversa com o líder político do movimento radical Hamas, Ismail Haniyeh.
A declaração vem três dias depois de o grupo palestino e o Estado judaico fixarem um cessar-fogo na faixa de Gaza, após oito dias de confrontos. Durante a onda de violência, 163 palestinos e seis israelenses morreram e outros 1.500 ficaram feridos.
Segundo a agência oficial de notícias Irna, Ahmadinejad pediu resistência e perseverança a Haniyeh na luta pelo direito a um Estado palestino. O Irã não reconhece o Estado de Israel, prega seu extermínio e o considera o maior inimigo junto com os Estados Unidos.
"Os sionistas [israelenses] chegaram ao ponto final e não têm outra alternativa que reconhecer e se curvar ao direito absoluto da nação palestina", disse, após chamar Israel de "um corpo estranho" no Oriente Médio.
O mandatário iraniano prestou suas condolências pelas mortes dos palestinos e disse que a população da República Islâmica reza pelo que chama de vitória da nação palestina e liberação de Jerusalém.
Prejuízos
Nos oito dias de ofensiva, a faixa de Gaza teve prejuízos financeiros de US$ 300 milhões, sendo mais de um terço no setor agrícola, segundo a Câmara de Comércio da região. A entidade pediu a redução das restrições para que a economia da região se recupere.
No entanto, moradores da faixa de Gaza dizem que Israel relaxou alguns dos pontos do embargo. Segundo os moradores, voltou a ser permitida a circulação de agricultores palestinos nas regiões de fronteira com Israel e a retomada da pesca no mar Mediterrâneo.
Ambos movimentos eram restritos pelo Estado judaico, que alegava segurança nacional. Caso confirmadas, as medidas são o primeiro passo para a diminuição do bloqueio de Israel a Gaza, uma das medidas pedidas pelos palestinos para estabelecer o cessar-fogo.