Alexandre Kalil precisa definir o novo líder, blindar Lamac e encaminhar a reforma

Filipe Motta
fmotta@hojeemdia.com.br
27/02/2017 às 08:53.
Atualizado em 16/11/2021 às 00:44

O prefeito de BH, Alexandre Kalil (PHS), entra no terceiro mês de governo pressionado pela necessidade de resolver três pendências importantes: a indefinição de quem será o novo líder de governo na Câmara Municipal; o desgaste do secretário de governo Paulo Lamac (Rede); a necessidade de apresentar a reforma administrativa para uma Câmara a cada dia mais resistente ao Executivo.

A assessoria da PBH confirma a continuidade de Lamac à frente da Secretaria de Governo, embora, nos bastidores, o nome de Adriana Branco, atualmente na pasta de Comunicação, continue a ser ventilado como alternativa de interlocução entre Executivo e Câmara.

Líder
Quanto à liderança de governo, Juliano Lopes (PTC) e Léo Burguês (PSL) seguem cotados para assumir o posto. Os dois parlamentares têm perfis bem diferentes. Figura reservada, Lopes está no segundo mandato. Burguês vai para o terceiro, tendo presidido a Casa por duas vezes.

“O Léo (Burguês) é uma pessoa mais por dentro do funcionamento da máquina. Já o Juliano se conecta com a ideia de renovação da política que o Kalil pregou durante a campanha”, pondera um vereador que pediu para não ser identificado.

O líder de governo acompanha o andamento das comissões, trabalha na definição da agenda do plenário e atua em favor da aprovação de projetos do Executivo

A liderança é um ponto estratégico para o prefeito e, ao mesmo tempo, exige grande esforço do vereador escolhido. Ele precisa acompanhar o andamento das discussões em todas as comissões, trabalhar em conjunto com o presidente da Casa para a construção da agenda do plenário, além de atuar na articulação entre os colegas e a prefeitura para viabilizar a aprovação de projetos de interesse do Executivo, o que faz dele uma peça-chave na engrenagem de funcionamento da Câmara.

“É um posto que dá muito trabalho. Não é possível o vereador ter qualquer atividade externa à Câmara enquanto ocupa essa posição”, aponta outro vereador.

“A possibilidade continua sendo colocada pelos colegas, mas por parte do Executivo não houve nenhum contato”, afirmou Juliano Lopes no fim da tarde da última sexta-feira.

No mesmo dia, no entanto, vereadores afirmavam que havia a possibilidade de Juliano se reunir com integrantes do governo municipal e, possivelmente, com o próprio prefeito no fim de semana para conversar sobre o tema. Léo Burguês não foi encontrado na sexta-feira para falar com a reportagem.

Reforma
Quanto à reforma administrativa, que altera o quadro de secretarias, regionais e autarquias no município, com impacto na distribuição de pessoal, os vereadores seguem alegando desconhecimento do alcance da proposta.

A avaliação de vereadores mais próximos do Executivo é que o texto deverá ser apresentado somente após 15 de março, quando terminam as sessões plenárias do mês. Assim, o governo ganharia tempo para detalhar o projeto aos vereadores, apresentar a nova liderança e não correr o risco de ter a reforma criticada em discussões abertas.

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