Andrea Neves, irmã do senador afastado Aécio Neves (PSDB-MG), presa no dia 18 de maio na operação Patmos, desdobramento da "Lava Jato" baseado na delação premiada da JBS, esteve na Superintendência da Polícia Federal, em Belo Horizonte, na semana passada, para prestar depoimento, mas não respondeu a nenhuma pergunta, segundo informações do Jornal Folha de São Paulo.
Os promotores da "Lava Jato" que acompanharam o depoimento questionaram, por exemplo, como era o relacionamento de Andrea com Joesley Batista, se ela pediu a ele R$ 2 milhões para pagar despesas com advogado e se ela agendou um encontro entre Aécio e Joesley, entre outras questões.
Ainda segundo a Folha, ela também foi questionada sobre como foi combinada a entrega dos valores das parcelas de R$ 500 mil para Frederico Pacheco, através de um executivo da JBS. Mesmo com todos os questionamentos, a irmã de Aécio permaneceu calada.
A reportagem também cita que o primo, Frederico, foi questionado sobre quem entrou em contato com ele para que retirasse uma mala na sede da JBS em São Paulo e se ele sabia qual era o conteúdo da mala. Além disso, mesmo quando lhe mostraram imagens do circuito interno da JBS que comprovam o trânsito dele pela empresa, Fred não se manifestou.
Na terça-feira (23), a defesa de Andrea Neves argumentou, em recurso enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF), que ela não poderia ter sido presa por eventuais ilícitos cometidos pelo seu irmão, Aécio.
Na peça, os advogados de Andrea pediram para que a prisão preventiva seja revertida em outras medidas cautelares, já que o pedido feito pela Procuradoria-Geral da República aponta para "razões que, se existentes, poderiam ser aplicadas para a pessoa física do senador Aécio Neves, nunca para sua irmã".