Após Carnaval, eleição: partidos intensificam negociações

Filipe Motta
fmotta@hojeemdia.com.br
19/02/2018 às 19:31.
Atualizado em 03/11/2021 às 01:27
 (Filipe Motta)

(Filipe Motta)

Passado o Carnaval, os arranjos partidários para as eleições ao governo de Minas, neste ano, começam a acontecer. É dada a largada para as articulações com o objetivo de formar as chapas para a disputa. O cenário começou a ficar mais claro com a definição do MDB, partido com grande capilaridade no Estado e noiva cobiçada por diversos pré-candidatos, em realizar prévias em 1º de maio. 

A decisão reduz as chances do deputado federal Rodrigo Pacheco ser candidato pela legenda e abre caminho para a manutenção da parceria da sigla com o governador Fernando Pimentel (PT), ainda que a defesa de uma candidatura própria do partido seja cada vez mais frequente entre os caciques, sendo colocada diversas vezes durante reunião do diretório, ontem. Nas prévias, será decidido se a sigla caminhará com o governador ou terá caminho solo no processo eleitoral.

A decisão de prévias em maio, resultado de 44 votos a 27, de um total de 71 votantes, vai de encontro à posição do vice-governador Antônio Andrade, rompido com Pimentel. Ele desejava que o evento ocorresse no dia 17 de março, num aceno a Pacheco. 

A data de 1º de maio é posterior ao prazo limite para a transferência de partidos, que se encerra no dia 6 de abril, o que força a ida de Pacheco para outra legenda para ter segurança de que será cabeça de chapa. Pacheco tem conversas avançadas com o DEM e pode contar com o PSDB.

“A decisão do 1º de maio é importante. O MDB autêntico não se aproveita de janela, não quer sair do MDB”, cutucou o deputado federal Mauro Lopes, pai do presidente da Assembleia, Adalclever Lopes, e secretário-geral do MDB nacional.

Ao final do encontro Andrade contemporizou o resultado. “O que eu queria era que o partido tivesse candidatura própria, e o partido vai ter candidatura própria. O nome é que não decidimos aqui, hoje. Se vai ser o Rodrigo, se vai ser o Josué Alencar… Não interessa a data”, disse o também presidente estadual do partido. “Ficou claro que o MDB não caminha mais com Pimentel”, prosseguiu.

“Hoje o diretório tem que deliberar se teremos prévia ou não. O diretório hoje decidiu que teremos prévia. Mas o que vale é que no dia 1º de maio o partido irá decidir se quer candidatura própria ou não. Informalmente, já sentimos a intenção e a vontade do partido em ter”, afirmou o líder da maioria na Assembleia, Tadeu Leite. 


Ainda segundo o deputado, o MDB segue no suporte a Pimentel ao longo do ano. “Com toda certeza, isso será discutido na convenção. Da minha parte, continua da mesma forma”, completou.

Além de Rodrigo Pacheco, Adalclever, o deputado federal Fábio Ramalho (também interlocutor do governador), o empresário Josué Alencar e o deputado federal Leonardo Quintão se colocaram como possíveis candidatos. 

O MDB é o partido com maior número de prefeitos em Minas. Possui 86 chefes de executivos municipais. Também tem a maior bancada na Assembleia, com 13 deputados. Na esfera federal, são seis parlamentares

 PT

No MDB, o que se discute é que parte dos nomes colocados como pré-candidatos convergiriam, ao final, para a manutenção da aliança com o governador Fernando Pimentel (PT).

“Que essa iniciativa (prévias) não seja uma estratégia de entregar o partido para o PT”, disse Rodrigo Pacheco. 

Líder do governo na Assembleia Legislativa, o deputado federal Durval Ângelo (PT) comemorou a decisão do MDB em adiar as prévias para maio e acredita que a convergência ocorrerá. “A maioria do MDB vinculado ao governador Fernando Pimentel venceu com uma margem inquestionável na manhã de ontem, jogando a decisão para maio. No nosso campo, a candidatura do MDB é fundamental”, disse.

O petista acredita que a tendência é que Adalclever seja escolhido no MDB e componha a vice na chapa de Pimentel, trazendo Josué Alencar como um dos dois nomes ao Senado na coalização.

“Em maio nós vamos compor tudo. Inclusive vamos marcar nossa convenção para maio, provavelmente para o mesmo dia do MDB”, diz Durval.

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