Assad contra-ataca em Damasco: rebeldes convocam "Ramadã da vitória"

AFP
20/07/2012 às 09:26.
Atualizado em 21/11/2021 às 23:42

DAMASCO - As tropas do presidente sírio Bashar al-Assad reconquistaram nesta sexta-feira (20) os bairros de Damasco, buscando quebrar a ofensiva rebelde que nos últimos dias liquidou a cúpula militar, levou os combates até a capital e se apoderou de postos fronteiriços com Iraque e Turquia. Os combates ocorriam após o dia mais sangrento desde a explosão da rebelião, há mais de 16 meses, com mais de 300 mortos em todo o país, segundo um balanço do Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH), uma ONG com sede em Londres. Na lista figuram 139 civis, 98 soldados e 65 insurgentes.

A televisão estatal informou que as tropas sírias, apoiadas por tanques, "limparam" o bairro de Midan, perto do centro da capital, e apreenderam um enorme arsenal após fortes combates com os rebeldes, que no início da semana lançaram a "batalha pela libertação" de Damasco. O OSDH confirmou a contraofensiva e informou sobre a queda de Khobar (lese), outro bastião insurgente, no leste da capital, onde as forças de Assad realizavam varreduras nas casas. Os combates provocaram o êxodo de milhares de habitantes da cidade.

Segundo o Alto Comissariado da ONU para os Refugiados (ACNUR), até 30.000 sírios fugiram apenas para o Líbano nas últimas 48 horas. O Exército Sírio Livre (ESL), formado principalmente por militares desertores, se apoderou na quinta-feira de todas as passagens fronteiriças com o Iraque (segundo as autoridades deste país) e de um posto fronteiriço com a Turquia, o de Bab al-Hawa, após violentos combates, de acordo com um fotógrafo da AFP.

Cerca de 150 combatentes fortemente armados controlam agora esta passagem, situada em frente ao posto turco de Cilvegözü, na província de Hatay, onde estão instalados muitos campos de refugiados sírios. Um funcionário dos serviços sírios assegurou na quinta-feira à AFP que o exército havia demonstrado "moderação em suas operações", mas, desde o atentado a bomba de quarta-feira contra o edifício da Segurança Nacional, estava decidido a "empregar
 todas as armas em sua posse para terminar com os terroristas".

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