O futuro da Mendes Júnior Trading e Engenharia será decidido na assembleia de credores, na próxima segunda-feira. Será a segunda reunião , já que a primeira não obteve quórum. Nos últimos dias, um fato novo alterou o quadro. A Justiça reconheceu créditos da Cemig e a dívida, estimada em mais de R$ 300 milhões, foi acrescida em cerca de R$ 56 milhões, valor que a companhia energética tem a receber.
A dívida c0m a Cemig era, oficialmente, com a Mendes Júnior Engenharia, mas a Justiça decretou a “desconsideração de personalidade jurídica” e o valor passou a integrar o processo da Mendes Júnior Trading.
A Cemig passa a ser a maior credora do processo de recuperação e ganha um peso maior na assembleia. O diretor-jurídico da Cemig, Luciano de Araújo Ferraz, confirmou a participação da companhia na assembleia, mas não quis adiantar o posicionamento com relação ao processo de recuperação.
A segunda assembleia acontece com qualquer quórum e o plano de recuperação judicial apresentado pela Mendes Júnior tem de ser aprovado. Do contrário, a empresa pode ir à falência.
Ao todo são 3.311 credores, dos quais 1.768 são trabalhadores e a dívida trabalhista gira em torno dos R$ 26 milhões. A maior parte da dívida é com os chamados ME/EPP, sigla para microempresários e empresários de pequeno porte. São 401 credores que têm direito a receber mais de R$ 40 milhões.
Os trabalhadores são os primeiros a receber. Aqueles com direito a valores menores do que cinco salários mínimos (cerca de R$ 4.700) deverão receber em até 30 dias após a aprovação e homologação do acordo. Acima deste valor, o débito deverá ser dividido em até 11 parcelas.
SUSTENTABILIDADE
Para a administradora do processo judicial, Maria Celeste Morais Guimarães, esta recuperação é fundamental para que a empresa possa garantir a sustentabilidade da empresa nos próximos anos. “Resolvidas estas pendências ela volta a operar e a gerar caixa para suas atividades e quitar seus débitos”, afirmou.
A assembleia está prevista para as 14h no Hotel Ouro Minas, em BH.