Até julho de 2016 argentinos quitarão dívidas com brasileiros

Estadão Conteúdo
20/12/2015 às 17:00.
Atualizado em 17/11/2021 às 03:24
 (Roberto Stuckert Filho/PR)

(Roberto Stuckert Filho/PR)

O presidente do Banco Central argentino, Federico Sturzenegger, disse na manhã deste domingo (20), em Assunção, no Paraguai, que empresas brasileiras devem receber até julho o valor referente a importações que companhias argentinas não pagavam por falta de acesso ao dólar.

Ele participou de uma reunião de ministros da área econômica na 49ª Cúpula do Mercosul, que termina nesta segunda-feira (21). No mesmo encontro, esteve o titular da Fazenda argentino, Alfonso Prat-Gay, que estimou essa dívida em US$ 5 bilhões na semana passada. "Já temos um cronograma e a partir de julho estará tudo normalizado", disse Sturzenegger.

O crédito dos brasileiros foi acumulado no período em que o kirchnerismo controlou o acesso à divisa americana, processo iniciado em 2011 e encerrado na quinta-feira pelo governo de Mauricio Macri. A unificação brusca do câmbio levou a uma valorização do dólar de 41% e uma queda de 30% no poder de compra do peso.

A nova administração espera elevar no próximo mês em US$ 25 bilhões as reservas do BC, hoje em US$ 24,3 bilhões. Antes de desvalorizar sua moeda, o governo de Macri havia anunciado duas medidas de abertura. A primeira foi o fim de impostos sobre todas exportações agropecuárias, com exceção da soja, que teve sua taxa reduzida de 35% para 30%. A outra foi o fim da exigência de uma autorização para importações, alvo de reclamação constante de empresas brasileiras e argentinas. O chefe do BC previu que as três ações darão à Argentina um crescimento mais acelerado das suas exportações e o país normalizará o fluxo de capitais.

Sturzenegger criticou indiretamente o governo kirchnerista ao mencionar Bolívia e Paraguai como referências em política macroeconômica na América Latina. "Quando ouvimos que os bolivianos têm uma inflação de 2,5% e um crescimento de 5%... Nos dá um norte. O Paraguai com inflação de 4%", disse. O Brasil não esteve representado por Nelson Barbosa, que assume o Ministério da Fazenda nesta segunda-feira, 21.
http://www.estadao.com.br

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