Baladas agora têm bombeiro na porta para atrair clientes em São Paulo

Artur Rodrigues, Nataly Costa, Valéria França e William Castanho
03/02/2013 às 08:53.
Atualizado em 21/11/2021 às 00:39

Quem saiu à noite em São Paulo durante a semana notou uma mudança de cenário. Depois da morte de 236 jovens na boate Kiss, em Santa Maria (RS), no domingo passado, várias casas fecharam as portas na capital paulista. As ruas ficaram mais vazias, principalmente, na região do Baixo Augusta, no centro.
Em outros bairros, como Vila Olímpia, Pinheiros e Itaim-Bibi ganharam outra cara. No lugar de belas hostesses, entrou a figura do bombeiro na porta da balada. Uma delas tinha até ambulância estacionada na noite de quinta-feira.

Transmitir segurança passou a ser o mais importante. Alvará e Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros viraram parte da decoração. Na She Rocks, no Itaim-Bibi, a papelada estava iluminada como um quadro. A documentação entrou no vocabulário dos jovens e virou assunto na fila. "Aqui tem alvará, né?! Isso quer dizer que não vai pegar fogo".

Na porta da D-Edge, na Barra Funda, a estudante Emilly Serpa, de 18 anos, já anunciava que a primeira coisa que faria ao entrar seria verificar onde fica a saída de emergência. "Minha mãe não queria que eu viesse. Mas jurei para ela que a balada era segura. Tem até bombeiro na porta", disse Vitória Puccia, de 21 anos, que estava com amigas comemorando o aniversário de Emilly.

Já no Baixo Augusta, região com o maior número de casas fechadas - entre elas Sarajevo Club, Studio SP e Lab-, o movimento foi abaixo do normal a semana toda. O vai e vem dos jovens na calçada foi substituído por um vazio, e o medo da fiscalização contagiou os empresários da noite. "Eu também teria medo se minha casa não fosse nova e não estivesse com tudo em dia", disse Ronaldo Rinaldi, dono da Blitz Haus, inaugurada há um mês na Rua Augusta.

Blitz

Depois de anunciar a interdição de 26 estabelecimentos irregulares na cidade, o prefeito Fernando Haddad (PT) disse ontem que isso só vai valer para casos "mais graves". "Se for algum problema rapidamente sanável, os bombeiros vão orientar".

Na tarde de ontem, a Subprefeitura da Sé fez uma blitz em parceria com os bombeiros em oito casas do Baixo Augusta e interditou a Inferno Club por irregularidades nos extintores e no revestimento. Segundo a casa, o local foi fechado "por precaução" e será reaberto na terça.

Também foram encontradas irregularidades no Comedians Club, que não foi fechado e terá 15 dias para se adequar. O mesmo ocorreu anteontem na quadra da escola de samba Rosas de Ouro e D-Edge, que foram intimadas pela Prefeitura e estão irregulares, mas não fecharam. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
http://www.estadao.com.br

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