Bancada mineira pode travar reformas de Temer

Tatiana Moraes
tmoraes@hojeemdia.com.br
06/03/2017 às 21:57.
Atualizado em 15/11/2021 às 13:38

A bancada mineira na Câmara dos Deputados pressiona o presidente Michel Temer para que haja um encontro de contas da dívida do Estado com a União e o ressarcimento da Lei Kandir, que desonera as exportações de ICMS, a Minas. Ontem, 31 dos 53 parlamentares federais almoçaram com o governador Fernando Pimentel, no Palácio da Liberdade. Ao fim do encontro, a ameaça de que os políticos podem travar reformas importantes para a União, como a da previdenciária e a trabalhista, ficou clara.

“Minas deu ao presidente Michel Temer 41 votos no impeachment. Minas dá para as reformas no mínimo 43 votos. O presidente tem que saber que as reformas passam por Minas”, alfinetou o 1º vice-presidente da Câmara dos Deputados e líder da bancada mineira na Casa, Fábio Ramalho (PMDB-MG).

Ramalho ressaltou que Minas é a segunda maior bancada na Câmara e que Temer tem olhado com desdém para os mineiros, já que até o momento não nomeou nenhum ministro do Estado.

No encontro, foi elaborada uma carta unificada, que será encaminhada a Temer. Esta é mais uma tentativa formal do governador para extinguir a dívida bilionária com a União. Há duas semanas, em 22 de fevereiro, Pimentel enviou uma carta ao presidente para tentar renegociar o montante.

No texto, Pimentel dizia que a dívida de Minas com a União é de R$ 88,35 bilhões. Em contrapartida, a União deve ao Estado, por meio da Lei Kandir, R$ 135,67 bilhões. Isso significa que Minas teria saldo positivo de R$ 47,32 bilhões com o governo.

“Nós não vamos fazer ajuste com sacrifício de serviços públicos. Para isso, não contem com Minas Gerais. Vamos buscar outros caminhos. E Minas oferece uma outra alternativa: um encontro de contas entre as perdas que tivemos com a Lei Kandir e a nossa dívida com a União”, disse o governador.


 

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