Belo Horizonte muda foco do turismo de negócios para entretenimento

Luciana Sampaio Moreira
lsampaio@hojeemdia.com.br
13/04/2018 às 18:12.
Atualizado em 03/11/2021 às 02:20
 (Samuel Costa/Hoje em Dia/Arquivo)

(Samuel Costa/Hoje em Dia/Arquivo)

Depois de 10 anos da primeira tentativa de emplacar Belo Horizonte como destino para o turismo de negócios e de resultados positivos, mas pontuais, a Empresa Municipal de Turismo de Belo Horizonte decidiu “sair para o ataque” com o lançamento de um novo posicionamento para a atividade, apresentado durante a World Travel Market, Latin America, em São Paulo.
A ideia é planejar eventos para atrair turistas para capital e promover a divulgação da capital mineira.

A experiência do Carnaval, que levou 3,8 milhões de pessoas para as ruas da capital e receita de R$ 641 milhões para o município, em apenas seis dias de festa, demonstra que existe procura pelo turismo de lazer e entretenimento e que a cidade tem potencial para surpreender os turistas, segundo a empresa. Conforme o diretor de Marketing e Promoção Turística da Belotur, Marcos Barreto, a nova marca “Belo Horizonte: surpreendente” sintetiza tudo o que a cidade tem a oferecer. “Temos uma cidade que foi planejada e que tem uma economia de serviços e comércio muito forte. Belo Horizonte se renova naturalmente e com isso, cria opções e atrativos para os mais diversos perfis de visitantes. Isso é o que faz da capital um destino surpreendente”, enfatizou.

Outro evento de destaque na programação anual é o Arraiá de Belo Horizonte que, em 2017, colocou a cidade entre os cinco destinos nacionais das festas juninas, segundo pesquisa do Instituto Brasileiro de Turismo (Embratur). 
Já o relatório da Pesquisa de Demanda Turística Minas Gerais - Território de Desenvolvimento Belo Horizonte, da Secretaria de Estado de Turismo de Minas Gerais, relativa ao ano passado, 55,8% das 740 pessoas entrevistadas vieram à capital para visitar parentes e amigos ou por causa das opções de lazer e entretenimento. O turismo de negócios alcançou 17% do total.
Conforme o estudo, 89,9% dos turistas elegeram, como principais atrativos, a visita a locais e festas de riqueza histórico-cultural, shows, eventos e vida noturna, contato com a natureza e com a gastronomia regional. 

Rede Hoteleira
Com 220 hotéis em funcionamento e expectativa de três inaugurações para 2018, Belo Horizonte ainda não tem uma taxa de ocupação estável. Segundo o presidente do Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares de Belo Horizonte (Sindihorb-MG), Paulo César Pedrosa, o novo posicionamento turístico pode ser um aliado para o setor, que ainda se recupera da última Copa do Mundo de 2014. “Nossa meta é chegar a uma taxa de 60% a 65%. Hoje, mesmo com o crescimento de 5% em 2017, em relação ao ano anterior, ainda estamos com média baixa de 45% a 50%”, disse.

Em relação ao Carnaval, o aumento foi de 10%, neste ano, ante 2016. O primeiro trimestre também foi positivo, com incremento entre 10% e 15%.

No entanto, não há garantia de que essa média seja mantida durante o ano.

Inaugurações
A rede mineira Bristol Hotels, do grupo Allia Hotels, tem quatro unidades na capital e Região Metropolitana, mas vai inaugurar mais duas, em Contagem e Betim, no segundo semestre. Segundo o superintendente de Operações no Brasil, Pedro Varella, a hotelaria sofreu muito nos últimos anos, com o aumento da oferta de leitos. “Após a Copa de 2014, os preços das diárias foram achatados”, ressaltou.

Em 2017, a rede registrou crescimento entre 3% e 4%, no comparativo com o ano anterior. A expectativa para 2018 é de um acréscimo de 5%. A Copa do Mundo da Rússia e o ano eleitoral devem contribuir para a ocupação dos hotéis na cidade.

O My Place Savassi Hotel Boutique, localizado na Savassi, vai completar 15 anos de atividades em julho. O diretor administrativo, Christiano do Carmo, acompanha o desenvolvimento do setor turístico na capital desde então. “Quando começamos, o número de hotéis era bem menor. Temos um empreendimento consolidado, com localização privilegiada e um modelo de gestão direto e próximo dos clientes, para decisões mais ágeis”, explicou.

A taxa de ocupação caiu de 75% em 2014 para os atuais 55%. O empresário está otimista em relação a 2018. “O Carnaval foi um termômetro que sinaliza que o turismo de lazer pode vingar em Belo Horizonte”, adiantou. O hotel tem 42 suítes e 23 empregados. 
 

Compartilhar
Ediminas S/A Jornal Hoje em Dia.© Copyright 2024Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por