Aparelhos lançados ao descaso em hospitais de Montes Claros

Girleno Alencar - Hoje em Dia
17/03/2013 às 08:14.
Atualizado em 21/11/2021 às 01:57
 (Dione Afonso)

(Dione Afonso)

MONTES CLAROS – Vários aparelhos hospitalares estão há mais de oito anos nos almoxarifados dos hospitais Alpheu de Quadros e Aroldo Tourinho, ambos de Montes Claros, em verdadeiro descaso com o dinheiro público, pois foram adquiridos com recursos do Ministério da Saúde. São equipamentos valiosos, como 12 aparelhos de hemodiálise, autoclave usado na esterilização, bisturis eletrônicos e diversas camas hospitalares. Enquanto isto, vários pacientes estão em macas nos corredores hospitalares e outros chegam a viajar 2.100 quilômetros por semana para fazerem sessões de hemodiálise.

A falta de planejamento e na guerra política são as causas desta situação. O Hospital Aroldo Tourinho, de Montes Claros, segundo maior do Norte de Minas, está desde 2005 com as 12 máquinas de hemodiálise em seu almoxarifado, sem conseguir credenciamento sob o argumento de falta de pacientes. O Hospital Municipal Alpheu de Quadros recebeu R$ 1,4 milhão para a compra de equipamentos hospitalares e reforma do prédio. O serviço foi iniciado no final de 2008 e com a posse de nova administração municipal, tudo foi interrompido, com denúncias entre as duas partes.


Hemodiálise

No caso do Hospital Aroldo Tourinho, o projeto aprovado pelo Ministério da Saúde liberou R$ 1,2 milhão, sendo R$ 600 mil para a compra dos 12 equipamentos de hemodiálise e a outra parte para a construção do Centro de Nefrologia. O argumento usado para a liberação dos recursos era a existência de “fila da morte”, com mais de 100 pacientes no Norte de Minas aguardando o tratamento de hemodiálise e transplante renal, além de aliviar a tensão de muitos pacientes, que tinham de aguardar vagas nos dois serviços existentes.

O curioso é que o Governo criou mais quatro unidades de hemodiálise no Norte de Minas, em Brasília de Minas, Janaúba, Pirapora e Salinas, todas exploradas em parceria com os dois serviços existentes em Montes Claros, pelos hospitais Dílson Godinho e Santa Casa. São necessários no mínimo 90 pacientes para cada aparelho. O secretário estadual de Saúde, Antônio Jorge, propôs em 3 de julho de 2010 mandar os equipamentos de hemodiálise para Unaí e doar um Centro de Imagens com ressonância magnética e tomografia computadorizada ao Hospital Aroldo Tourinho, em compensação.
 
Leia mais sobre a precariedade no atendimento médico na Edição Digital.

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