Cadeirante se arrasta para embarcar em avião por falta de equipamento de transporte

Hoje em Dia
02/12/2014 às 14:17.
Atualizado em 18/11/2021 às 05:14
 (Reprodução/Facebook)

(Reprodução/Facebook)

O que era para ser uma viagem tranquila se tornou num pesadelo para a coordenadora de comunicação da Natura, Katya Hemerlrijk da Silva. Após um final de semana em Foz do Iguaçu com o marido Ricardo Severiano da Silva, Katya, que é cadeirante, embarcaria, na manhã desta segunda, para São Paulo em um avião da Gol Linhas Aéreas. No entanto, o embarque foi dificultado pois o aeroporto não possuía o sistema Stair Trac ou Ambilift - equipamentos usados para facilitar a locomoção de cadeirantes para dentro das aeronaves.

Indignada, a coordenadora desabafou em sua página do Facebook. Na publicação, Katya contou que por causa da falta de equipamento, ela foi obrigada a se arrastar pelas escadas para conseguir embarcar na aeronave."Só não foi pior porque a tripulação e os demais funcionários estavam tão indignados quanto nós e nos ajudaram no que foi preciso, inclusive a resgatar a mala que já estava despachada para que eu pegasse uma calça", desabafou.  

A Gol Linhas Aéres, por meio de nota, afirmou que o Stair Trac do aeroporto de Foz do Iguaçu "não estava disponível para uso na manhã de ontem e por isso não pôde ser utilizado durante o embarque". Ainda segundo a empresa, os funcionários da Gol tentaram conseguir o equipamento emprestado com outras empresas e que ofereceu alternativas para o embarque da cliente, que "optou por seguir sem a ajuda dos representantes da companhia". A empresa ainda promete tomar as providencias para que casos como este não volte a se repetir.
 
Redes Sociais

A postagem da executiva mobilizou vários comentários e compartilhamentos nas redes sociais. Devido a repercussão, Katya publicou na tarde desta terça-feira um novo post no Facebook, informando  que já conversou com a companhia Gol e que não tem intenção de processar a empresa. Segundo a nova postagem, a intenção da coordenadora da Natura, a intenção era "aproveitar o ocorrido para tentar ajudá-los a se estruturar melhor, frente às adversidades que podem aparecer em qualquer momento (mesmo porque estamos prestes a receber uma Paraolimpíada). Processar a Gol, seria apenas mais um processo para uma empresa desse porte. O que eu quero é que as pessoas tenham uma consciência e conhecimento maior sobre como lidar com pessoas com necessidades especiais, seja ela qual for. É bem mais simples do que muitos imaginam", disse.
 
A postagem ainda esclareceu que a executiva possui a doença "Osteogênisis Imperfeita", conhecida como "Ossos de Vidro", que causa a fragilidade das estruturas ósseas do corpo. Segundo Katya, o fato de ela ser carregada por qualquer pessoa, inclusive pelo seu marido,  em uma situações adversas como a da manhã de segunda, geraria um risco que ela não estava disposta a correr. "A subida sozinha, foi a melhor encontrada, já que os movimentos estão sob meu controle e eu conheço meus limites", afirmou.
 
Katya confirmou que pediu que seu marido que fotografasse a cena, assim como pediria em qualquer situação que desrespeitasse as leis de mobilidades para cadeirantes.

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