Fundacentro e TRT fazem campanha sobre segurança no trabalho

Fernanda Cruz - Agência Brasil
24/04/2013 às 21:13.
Atualizado em 21/11/2021 às 03:07

SÃO PAULO – Uma ação feita pela Fundacentro, instituição do Ministério do Trabalho, e pelo Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região, no vão livre do Museu de Arte de São Paulo (Masp), na Avenida Paulista, levou à população da capital paulista esclarecimentos sobre como evitar acidentes no ambiente de trabalho. Segundo o último levantamento divulgado pelo Ministério da Previdência Social, ocorreram 711 mil acidentes em 2011 no ambiente de trabalho em todo o país. Naquele ano foram registradas, em média, oito mortes por dia.
 
Segundo Thereza Nahas, juíza do Trabalho, a ação integra o Programa Trabalho Seguro do Tribunal Superior do Trabalho (TST). A juíza, que atua como uma das gestora do programa, disse que chamar a atenção dos trabalhadores é o principal objetivo do evento. “O primeiro preocupado tem que ser o próprio trabalhador. Se a empresa não cumpre com alguma norma ou se há alguma falha no cumprimento das normas, o trabalhador tem que saber que ele tem o dever de reclamar e a empresa tem o dever de fazer cumprir com as normas de segurança”, declarou.
 
Além da ação no Masp, está programada para hoje à noite uma palestra, sobre assédio moral, com o ministro do TST, Alexandre Belmonte, no Fórum Trabalhista da Barra Funda, na capital paulista. “Essa é uma das grandes causas hoje de doença profissional. As pressões feitas dentro do ambiente de trabalho acabam afetando a psique do trabalhador”, disse a juíza.
 
De acordo com a juíza, uma das metas do programa é colher dados mais precisos sobre esses acidentes, já que o anuário da Previdência Social exclui os trabalhadores informais, militares, servidores públicos e empregados domésticos. “Temos receio de que o número de acidentados seja pelo menos o dobro”, estimou.
 
Sônia Bombardi, gerente de coordenação, educação e difusão da Fundacentro, citou uma das razões que mais fazem crescer o número de afastamentos de empregados: as doenças mentais. “Ultimamente, as doenças relacionadas à saúde mental também aumentaram, como stress, problemas relacionadas à jornada do trabalho, produtividade e assédio moral”, disse.
 
Tamaki Ikuno é enfermeira do trabalho e, no evento de hoje, fez maquiagens que simulam ferimentos provocados por acidentes laborais. “Nós estamos hoje fazendo uma demonstração sobre o que pode acontecer com o trabalhador, que pode se ferir gravemente. Nós fizemos um [ferimento] no braço, outro na cabeça, uma amputação de dedo. Fizemos isso como um processo educacional”, disse.
 
A enfermeira orientou os participantes da ação a sempre utilizar o Equipamento de Proteção Individual (EPI), ficar atento aos procedimentos e obedecer as normas da empresa. Pela experiência que tem em atender trabalhadores acidentados, Tamaki Ikuno conta que os principais atendimentos que realiza são escorregões, cortes, torções, lesões de cabeça e batidas.
 
O tenente Alexandre Obvioslo, do Corpo de Bombeiros, está acostumado a atender acidentes de trabalho. Segundo ele, os casos mais corriqueiros envolvem acidentes em andaimes e cadeirinhas, por pintores e profissionais que fazem limpeza de prédios. Além disso, conta que os Bombeiros costumam atender muitos acidentes com maquinários, em que os trabalhadores acabam prendendo a mão ou os dedos.

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