Governo de São Paulo estuda desativar cadeião de Pinheiros

Tiago Dantas
04/06/2013 às 08:45.
Atualizado em 20/11/2021 às 18:48

O governo de São Paulo estuda desativar o Cadeião de Pinheiros e transferir para outro lugar a Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp) como forma de abrir espaço para um plano de revitalização das margens dos Rios Pinheiros e Tietê, na capital paulista. Nas próximas semanas, o governo do Estado espera uma resposta do Banco Mundial (Bird) para começar a detalhar os projetos.

Os terrenos, que somam cerca de 750 mil metros quadrados e estão numa das áreas que mais crescem na capital, dariam lugar a uma área verde com metade do tamanho do Parque do Ibirapuera, que seria interligada a uma rede de extensões arborizadas previstos no projeto. Uma das ideias é levar para o local a filial de algum museu internacional - como o Guggenheim, além de criar espaço para apresentações de artistas independentes e a prática de esportes. O governo estadual ainda não fala em prazos ou custos envolvidos na empreitada.

O plano é desenvolvido desde abril pelo Comitê de Requalificação Urbana e Social das Marginais, ligado à Secretaria da Casa Civil, e tem o apoio da iniciativa privada por meio do Movimento Brasil Competitivo. O protocolo de intenções entre as partes foi assinado em 15 de abril no Palácio dos Bandeirantes.

A mudança da Ceagesp é pleiteada há alguns anos, mas enfrenta resistência de comerciantes e clientes. A área pertence ao governo federal e abriga a maior central de abastecimento da América Latina, por onde circulam cerca de 50 mil pessoas, diariamente. A retirada do Cadeião, por sua vez, depende da construção de quatro ou mais Centros de Detenção Provisória (CDPs) no Estado para abrigar os presos do local - atualmente, são 6.140.

Ciclovia

As diretrizes iniciais do comitê preveem a construção de uma ciclovia e uma trilha de caminhada de 50 quilômetros de extensão ligando a Represa Billings, na zona sul, à Barragem da Penha, na leste, acompanhando os Rios Pinheiros e Tietê. Ao longo das ciclovias, estão previstos pontos de empréstimo e estacionamento de bicicletas, além de "bicitáxis".

Uma rede de corredores verdes integraria esse novo parque das margens dos rios com os Parques da Juventude, na zona norte, da Aclimação, na região central, e do Ibirapuera, na zona sul. O primeiro passo para a requalificação é a construção de uma ciclopassarela ligando o Parque Villa-Lobos à Cidade Universitária e à ciclovia da Marginal do Pinheiros e a derrubada do muro do câmpus da Universidade de São Paulo (USP) na zona oeste. A ciclopassarela foi anunciada em dezembro, com previsão de entrega no primeiro semestre de 2014.

Outra diretriz prevista no Plano de Requalificação é a limpeza dos rios, o que pode permitir a navegação. Para isso, as intervenções devem começar a ser feitas em cidades do leste da Grande São Paulo em 2013. O grupo ainda estuda modelos econômicos capazes de tornar viáveis os custos do projeto. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
http://www.estadao.com.br

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