Candidatos à Prefeitura de BH travam guerra de vídeos na web

Tatiana Lagôa e Tatiana Moraes
tmoraes@hojeemdia.com.br e tlagoa@hojeemdia.com.br
11/08/2016 às 07:49.
Atualizado em 15/11/2021 às 20:18
 (Editoria de Arte / Hoje em Dia)

(Editoria de Arte / Hoje em Dia)

A campanha começa oficialmente só no dia 15, mas, nas redes sociais, a maior parte dos pré- candidatos à Prefeitura de Belo Horizonte já iniciou com vídeos a briga pelo eleitorado. E a estratégia tem se mostrado eficiente. Levantamento feito pelo Hoje em Dia mostra que postagens de oito dos 12 aspirantes a prefeito da capital tiveram quase meio milhão de visualizações em apenas uma semana.

Eros Biondini (Pros) utiliza com afinco a ferramenta. Entre 3 e 10 de agosto, o deputado federal postou dez vídeos no Facebook, chegando a quase três horas de filmagem.

Nas mensagens, ele dá bom dia aos eleitores, canta louvores, descreve a atuação parlamentar e cita propostas para BH. Metade do tempo, aproximadamente, foi destinado à transmissão da convenção do Pros.

“Já é uma característica minha comunicar com meus seguidores por vídeos. Durante a campanha, essa estratégia vai compensar a dificuldade com tempo de televisão”, justifica.

O segundo candidato que mais explorou a rede foi Rodrigo Pacheco (PMDB). Em sete dias, foram seis vídeos profissionais. A maioria tem cerca de 40 segundos. 

Nas publicações, Pacheco reforça o projeto “prefeitura integral”, com maior disponibilidade do gestor. “Não é possível que o metrô seja mais uma promessa de campanha. Não é possível que o habite-se de uma obra demore tanto para sair. BH é uma das cidades mais burocráticas para se abrir um negócio. Precisa de um prefeito 24 horas”, diz no vídeo. 

Sem comunicação

Apenas quatro políticos não se comunicaram com os eleitores por vídeos entre 3 e 10 de agosto, postura que merece ser revista nesta eleição em que o tempo de TV vale ouro, diz o presidente da Associação Brasileira dos Consultores Políticos, Carlos Manhanelli.

Délio Malheiros (PSD) ainda não fez postagens em vídeo nas redes sociais, mas está pronto para começar após o registro da chapa, marcado para hoje. “Não é televisão ou rede social que constrói e fortalece uma candidatura. É todo o contexto acrescido da história do candidato”, afirma. 

Reginaldo Lopes (PT) também não deu atenção às redes sociais ainda, mas pretende postar os primeiros vídeos no dia 16. Ele prepara uma campanha em mídias alternativas e transmissões ao vivo. Conforme Manhanelli, na pré-campanha, a lei eleitoral permite que os candidatos postem da trajetória política a projetos. Só é proibido pedir votos diretamente. 

Especialista sugere inserções curtas e moderação nas redes

Os candidatos estão se esforçando para conquistar uma fatia da audiência da internet. No entanto, nas redes sociais, vídeos longos podem ser um tiro no pé. Afinal, tempo de exposição não reverte necessariamente em resultados. Pelo contrário. Vídeos longos não são assistidos até o fim. Segundo especialistas, o ideal é que as publicações tenham, no máximo, três minutos. 

“As pessoas não assistem vídeos maiores. Muitas começar a ver e acabam desistindo no meio do caminho. Ou seja, todo o esforço é jogado por terra”, afirma o dono da Sense 8 Mídias Interativas, Renato Amarante. 

Em caso de vídeos longos, apenas os militantes dos partidos assistem ao material completo. Ou seja, novos eleitores não são cativados. 

Além disso, as redes sociais devem ser usadas com parcimônia, destaca o presidente da Associação Brasileira dos Consultores Políticos, Carlos Manhanelli. 

“Todas as pessoas que seguem os candidatos nas redes sociais têm que ter a oportunidade de ver o vídeo. Então, o ideal é demorar uns três dias para fazer novas postagens, porque uma acaba substituindo a outra”, afirma. 



O pré-candidato pelo PMDB, Rodrigo Pacheco, é rápido nas inserções. E certeiro. Com seis minutos de vídeos, divididos em pequenas inserções de aproximadamente 30 segundos cada, ele alcançou 250 mil visualizações entre 3 e 10 de agosto, um recorde entre os aspirantes a prefeito. No período, foram 350 comentários, entre positivos e negativos, nas postagens de Pacheco. É importante ressaltar que a interação nas redes sociais é fundamental para que o eleitor volte àquele espaço. 

Com três vídeos, Alexandre Kalil, do PHS, registrou 69 mil visualizações. Juntas, as inserções têm 4 minutos e 33 segundos. Os posts do candidato, que em linguagem bem coloquial enfatizam a necessidade de uma gestão mais austera, caíram nas graças do eleitorado. Em sete dias, os vídeos tiveram 1,2 mil compartilhamentos. 

Com dez vídeos, que somam quase três horas, Eros Biondini não é o candidato com mais visualizações. Foram cerca de 90 mil, quase três vezes menos do que o peemedebista. Mas, líder em número de postagens, ele é imbatível nas reações: 12.169, contra 2.863 de Pacheco e</CW> 3.042 de Kalil.

Na lei

Apesar de a utilização da internet ser permitida, os links patrocinados infringem as regras eleitorais. Não só na pré-campanha, o pagamento para a veiculação de qualquer conteúdo na internet, assim como para impulsioná-lo, não é permitido sob pena de pagamento de multa. “Pelo menos quatro candidatos já foram punidos no Brasil por isso”, afirma Manhanelli.

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