Carnaval de BH traz alívio aos hotéis, que projetam ocupação média de 65%

Tatiana Moraes
tmoraes@hojeemdia.com.br
26/01/2017 às 06:00.
Atualizado em 15/11/2021 às 22:33

Depois de passar vários carnavais no vermelho, a rede hoteleira de Belo Horizonte comemora o primeiro sinal de retomada para o setor. Graças ao sucesso crescente da Festa de Momo na cidade, que agora conta com centenas de blocos, os hotéis projetam taxa de ocupação média de 65% para o período de 25 a 28 de fevereiro.

Para atrair público e alcançar o índice, que é mais do que o dobro do apurado no Carnaval do ano passado (31,93%), os estabelecimentos entraram de cabeça na festa. E há quem espere lotação máxima.

É o caso do Othon. Com localização privilegiada, no coração da capital mineira, o hotel prepara uma série de ações para conquistar os clientes. O resultado é que 60% dos quartos já estão reservados para o Carnaval. A gerente de vendas, Vânia Teixeira, afirma que a ocupação chegará facilmente a 80%. “Mas queremos os 100%”, diz.

“Nossa intenção é fazer com que a hospedagem seja uma extensão do Carnaval. Por isso, teremos dose dupla, transfer para os principais blocos, entre outras atrações. Mas, se alguém quiser fazer um programa diferente algum dia teremos city tour em BH e passeios por locais próximos, como Inhotim”Luciano CarvalhoGerente regional da rede Vert

As atrações no hotel começam no dia 18 de janeiro, no pré-Carnaval, quando a tradicional Banda Mole abre a temporada de festa na cidade. De frente para a avenida Afonso Pena, por onde desfila a Banda Mole, o Othon vai oferecer camarote VIP para os hóspedes, com direito a feijoada, DJ, banda e muito samba.

No dia 25, primeiro dia oficial do Carnaval, uma nova e exclusiva festa será realizada no hotel. Desta vez, na área da piscina. “Novamente, vamos fazer a tradicional feijoada com banda. E vamos presentear os hóspedes com um kit carnaval, com chupe-chupe de caipirinha e uma taça personalizada para que as pessoas possam levá-la para a folia”, afirma Vânia.

Superoferta

Segundo a presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis em Minas Gerais (ABIH-MG), Patrícia Coutinho, o setor atravessa uma grave crise devido à superoferta de quartos desde a Copa, quando vários hotéis foram construídos. O Carnaval não reverte o quadro, mas minimiza o problema. 

“Tivemos que manter e até mesmo reduzir as tarifas para atrair os clientes, mas os custos não paravam de aumentar. Foi uma fase difícil. Belo Horizonte, que não tinha vocação para o Carnaval no passado, começou a nos surpreender há três anos, quando a festa ficou mais forte. Agora, tudo indica que ela irá deslanchar”, afirma Patrícia.

Redes prometem ‘esquenta’ e tratamento especial a hóspedes

Transformar toda a permanência do cliente no hotel em uma festa é o objetivo da rede Vert. Quem se hospedar no Ramada Encore Luxemburgo terá direito a festa no terraço e dose dupla de bebidas.

“Queremos que os clientes comecem a festa conosco. No hotel, haverá uma espécie de ‘esquenta’”, afirma o gerente regional de vendas da Vert, Luciano Carvalho. 

Um café da manhã energizante, com direito a sucos “detox”, também será preparado para os foliões. “Vamos estender o período do café, que irá até às 11h para quem não quer acordar cedo”, conta Carvalho. 

Além do café estendido, quem se hospedar no Ramada Minas Casa, da mesma rede, localizado no bairro Ipiranga, poderá utilizar transporte do hotel para se deslocar para os principais blocos. Diariamente, segundo o gerente da rede, uma van levará os foliões a locais como Savassi, Santa Tereza e Lourdes.

Na avaliação de Carvalho, os hotéis da rede terão, neste Carnaval, taxa de ocupação média de 65%, acompanhando a previsão da ABIH. Segundo o gerente regional de vendas, o cancelamento de algumas festas em cidades do interior de Minas, como Nova Lima e Ouro Branco, pode ajudar a incrementar o índice na última hora. 

Para os próximos anos, ele prevê um cenário ainda melhor. “Este ano ainda temos a crise. Mas Belo Horizonte possui um Carnaval estruturado, com segurança e ótimas atrações. E tudo isso só tende a melhorar”, pondera. 

“Estamos trabalhando os pacotes de Carnaval desde dezembro. Já temos 60% do hotel reservado e chegaremos com facilidade a 80%, mas queremos 100%. O cenário está bem melhor do que no ano passado, quando conseguimos 76% de ocupação aos 45 minutos do segundo tempo”Vânia TeixeiraGerente de Vendas do Othon

Todo mundo

Mas não é só do interior de Minas que virão os foliões. Conforme a gerente de vendas do Othon, Vânia Teixeira, os hóspedes mais comuns no Carnaval de BH são do Rio de Janeiro e São Paulo. 

“Ano passado tivemos um bloco grande da Argentina. Para os próximos anos acreditamos que eles virão com mais frequência, pois agora há voos diretos de BH para lá”, afirma.

Segundo pesquisa da Belotur, em 2016, o Carnaval atraiu 95 mil turistas, 124% a mais do que no ano anterior. Deste montante, 61% vieram do interior de Minas, 14,6% de São Paulo, 6,1% do Espírito Santo e 4,9% do Rio de Janeiro. Outros 3,7% eram do exterior.

O número de moradores da cidade que aproveitaram a Festa de Momo na capital mineira também foi ampliada: 43% a mais do que em 2015. Os blocos foram a principal atração da cidade para 36,2% dos entrevistados. Nos quatro dias de festa, o Carnaval de 2016 gerou R$ 54 milhões, 233,5% a mais do que em 2015.Editoria de Arte / N/A

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