Casos de microcefalia chegam a 4.180 no Brasil; vacina só em três anos

Estadão Conteúdo
27/01/2016 às 15:03.
Atualizado em 16/11/2021 às 01:11
 (Arquivo)

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O número de casos de microcefalia registrados no Brasil chegou a 4.180, segundo o novo boletim do Ministério da Saúde, divulgado nesta quarta-feira (27). Ao todo, foram registrados 68 óbitos após o nascimento ou durante a gestação. O ministério informou que casos já foram registrados em 24 unidades federativas e atingiram 830 municípios no País entre 22 de outubro de 2015 e 23 de janeiro deste ano.

Atualmente, 3.448 casos suspeitos estão sendo investigados e 462 registros foram descartados. O Ministério da Saúde informou que há confirmação de microcefalia em 270 casos, dos quais seis têm relação com o zika vírus.

Vacina contra o zika vírus só poderá ser usada em três anos

Brasil e Estados Unidos fecharam um acordo para acelerar a produção de uma vacina conjunta contra o zika vírus. Mas, no cenário mais otimista, o produto estará no mercado somente em três anos.

Nesta quarta-feira (27), em Genebra, na Suíça, o chefe da delegação brasileira nas reuniões da Organização Mundial da Saúde (OMS), Jarbas Barbosa, reuniu-se com representantes do governo americano. O acordo foi de que haveria um compromisso de ambos os lados para "acelerar" os trabalhos por uma vacina entre as instituições de pesquisa dos dois países. A iniciativa havia sido antecipada com exclusividade pelo Estado em sua edição de terça-feira (26).

Mas, segundo Barbosa, uma vacina apenas poderia começar de fato a ser usada em três anos. "Normalmente, vacinas podem levar até dez anos para serem produzidas. Nossa meta é a de encurtar esse prazo de forma importante", disse o chefe da delegação brasileira, que também é presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Um primeiro grupo de especialistas brasileiros vai à Universidade do Texas na semana que vem. Segundo Barbosa, trata-se de pesquisadores do Instituto Evandro Chagas. "Já estamos iniciando a cooperação", disse. "Tanto do lado brasileiro como americano, existe a esperança de que isso acelere e que possamos ter, em um tempo muito menor, mais essa arma contra o zika vírus", afirmou.

 

Pelo Brasil

A região Nordeste continua concentrando o maior número de casos notificados. O Estado de Pernambuco permanece encabeçando a lista com 1.125 casos em investigação. Paraíba, Bahia e Ceará estão na sequência com 497, 471 e 218 casos, respectivamente. Os Estados do Acre, Amapá e Amazonas ainda não tiveram casos notificados de microcefalia.

Sobre as mortes que foram contabilizadas, 12 têm relação confirmada com infecção congênita e dez delas ocorreram no Rio Grande do Norte. Outros 51 óbitos estão sendo investigados e cinco foram descartados.

O Ministério da Saúde disse ainda que a circulação autóctone do vírus está presente em 22 unidades federativas, entre elas São Paulo, Rio de Janeiro, Pernambuco, Bahia, Paraná, Mato Grosso do Sul, Roraima, Amazonas e Rondônia.

Em São Paulo, o número de registros permanece em 18. A notificação de casos com a má-formação no Estado tem causado polêmica desde dezembro do ano passado, quando havia registros em investigação municípios do Estado, mas São Paulo ainda não aparecia em boletins do ministério. Dados da Secretaria Estadual da Saúde apontam que 109 bebês nasceram com a má-formação. A pasta informou que apenas 18 foram reportados ao Registro de Eventos em Saúde Pública (Resp), criado após o surto, por terem indícios de ligação com o vírus. Os demais foram informados ao Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos (Sinasc).
http://www.estadao.com.br

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