Cemig recebe exposição da artesã mineira Noemisa

Lucas Buzatti
lbuzatti@hojeemdia.com.br
02/08/2017 às 09:10.
Atualizado em 15/11/2021 às 09:52
 (Cemig/Divulgação)

(Cemig/Divulgação)


Não é segredo para ninguém que as cerâmicas do Vale do Jequitinhonha são um rico patrimônio da cultura popular brasileira. Artistas anônimos, moradores de pequenos e isolados distritos da região, fomentam há décadas uma forma rudimentar de artesanato, moldando em barro imagens do cotidiano local. É o caso de Dona Noemisa, cujo trabalho será exposto entre amanhã e 24 de setembro, no Centro de Arte Popular da Cemig. 


Intitulada “Crônicas de Noemisa – 50 Anos de Cerâmica”, a mostra reúne cerca de cem trabalhos da artesã septagenária, nascida e criada em Ribeirão da Capivara, distrito de Caraí. “Noemisa é uma das artistas mais significativas do artesanato mineiro. Ela começou a trabalhar com cerâmica quando era pequena, com a mãe, e neste ano completa cinco décadas de artesanato”, afirma Tadeu Bandeira, diretor do Centro de Arte Popular da Cemig e curador da mostra.


A mostra apresenta uma seleção de obras executadas nos últimos 40 anos, pertencentes a instituições públicas e a coleções particulares que sempre distinguiram na ceramista o dom de esculpir com maestria. “Noemisa retrata o cotidiano do Jequitinhonha. As aulinhas de Mobral, as cenas de casamento, o ladrão de galinhas, as festas populares”, conta Bandeira. “Há, também, algumas fábulas, registros de conversas entre bichos”.
Bandeira lembra que a artista já participou de importantes mostras como “Brésil, Arts Populaires”, no Grand Palais, em Paris, e a “Mostra do Redescobrimento”, promovida pela Fundação Bienal de São Paulo, em 2000. “O trabalho dela está presente em diversos museus brasileiros, como o Memorial da América Latina, em São Paulo, e o Museu de Folclore Edison Carneiro, no Rio”, diz. 


Apesar da badalação, Dona Noemisa preferiu ficar em seu cantinho durante a mostra. “Ela vive completamente isolada, se assusta com as grandes cidades. Foi convidada a comparecer, mas agradeceu”, conta Bandeira, lembrando que as flores homenagearão Noemisa na composição. “Outra paixão dela é as flores. Estão em tudo o que usa, nas pinturas de casa, nos jardins do entorno. E estarão na mostra, compondo o ambiente”.
“Crônicas de Noemisa – 50 Anos de Cerâmica”. De amanhã a 24 de setembro, no Centro de Arte Popular da Cemig (rua Gonçalves Dias, 1.608, Lourdes). Terça, quarta e quinta, das 10h às 19h; quinta, das 12h às 21h; sábados e domingos, das 12h às 19h. Entrada franca. 

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