A cesta básica em Belo Horizonte já caiu 15,03% nos últimos 12 meses, chegando a R$ 365,05. Apenas em agosto, houve recuo de 4,86% em relação ao preço auferido no mês anterior. Mas a boa notícia esbarra no valor do salário mínimo.
Para comprar a cesta básica, quem mora na capital mineira e ganha um salário mínimo por mês (R$ 937), tem que trabalhar 85 horas por mês.
As informações são do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese), escritório em Minas Gerais.
Levando-se em conta uma pequena família de quatro pessoas, dois adultos e duas crianças, e supondo-se que as duas crianças consomem o equivalente a um adulto, o trabalhador belo-horizontino gastou R$ 1.095,15 somente para cobrir a despesa mínima familiar com alimentação, conforme o Dieese.
Ou seja, de acordo com os dados do Departamento, o salário mínimo ideal para suprir as necessidades familiares, incluindo outras despesas básicas, seria de R$ 3.744,83.
Motivos
A cesta do Dieese é composta por 13 produtos, dentre eles estão arroz, feijão, pão de sal, leite e manteiga.
A queda no valor da cesta tem duas explicações. Segundo o técnico do Dieese, Lúcio Monteiro, dos 13 produtos pesquisados, nove apresentaram retração nos preços.
“A redução de nove produtos no mês puxou a média para baixo. Cada um deles tem uma explicação, mas, no geral, tivemos estabilidade na oferta, a exemplo do feijão, tomate e açúcar”, afirmou.
O tomate teve a maior queda em agosto, de 28,14%. Já o feijão é o alimento cujo preço mais caiu no acumulado dos últimos 12 meses. A redução foi de 54,88%.
A capital mineira é a 15ª no ranking das 27 capitais pesquisadas. Lidera o levantamento, com a cesta básica mais cara, Porto Alegre.
Também impactou o preço de outros produtos a retração da demanda, a exemplo da carne, que teve o valor reduzido em 1,33%.