Clima bélico: deputados assumem comando do MDB em Minas

Lucas Simões
lsimoes@hojeemdia.com.br
16/07/2018 às 18:48.
Atualizado em 10/11/2021 às 01:26
 (Luis Macedo/Camara dos Deputados)

(Luis Macedo/Camara dos Deputados)

Em uma guerra interna que deverá mexer com as alianças para a campanha pelo governo de Minas, a direção nacional do MDB autorizou, nesta segunda-feira, a dissolução do diretório estadual do partido. A decisão retira da presidência estadual do MDB o vice-governador Antonio Andrade, e coloca em seu lugar o deputado federal Saraiva Felipe, à frente de uma comissão provisória.

A escolha de Saraiva Felipe foi feita pelo presidente nacional do partido, o senador Romero Jucá, e aconteceu após 55 membros do diretório estadual do MDB renunciarem aos cargos, na quinta-feira passada, em um movimento contrário à gestão de Andrade.
Além de Saraiva Felipe, compõem a comissão provisória outros cinco deputados: João Lúcio Magalhães, escolhido como tesoureiro, Leonardo Quintão, Newton Cardoso Junior, Leonídio Bouças e Tadeu Leite.


Após o anúncio de Romero Jucá, encaminhando a decisão para o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Antonio Andrade convocou militantes e apoiadores, a maioria prefeitos, para uma reunião na sede do partido, na capital mineira. Em discurso rápido, o vice-governador defendeu que as convenções sejam realizadas com o número total de delegados que compõem o diretório, cerca de 600 membros. “Nós entendemos que democraticamente deve ser feita a convenção. Se eles tiverem maioria no sistema democrático, a minoria segue a maioria. Mas as bases não querem acordo com o PT, querem candidatura própria. E eu estou do lado de vocês”, disse Andrade. Durante o encontro, alguns presentes chegaram a classificar de “golpe” o processo de destituição de Andrade. 

Apesar disso, o novo presidente regional da legenda, Saraiva Felipe, informou que, após a dissolução do diretório, só poderão votar na convenção os 13 deputados estaduais e os cinco federais do MDB, incluindo os parlamentares que compõem a comissão provisória. Segundo o presidente, o partido ainda vai definir se apoia Adalclever Lopes ou costura uma aliança. “Muito tem se falado que vamos fechar com o PT. Mas pode ser com outro grande, o PSDB, o DEM. Podemos apoiar o Adalclever. Quem vai decidir isso, os apoios, são os deputados, na convenção. Gostem ou não, é assim que vai ser porque a maioria do partido decidiu”, disse.
Apesar de Antonio Andrade não ter confirmado se irá recorrer à Justiça, o advogado do MDB mineiro, Wederson Advíncula Siqueira, disse que o mais provável é que o vice-governador recorra com uma ação no Tribunal Regional Eleitoral (TRE) ou no TSE. “Estou aguardando um posicionamento dele (Andrade) para movermos a ação”, informou Wederson.

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