Comércio de BH projeta vendas maiores em julho

Paula Coura
pcoura@hojeemdia.com.br
20/07/2016 às 20:13.
Atualizado em 16/11/2021 às 04:23
 (FLÁVIO TAVARES/ARQUIVO HOJE EM DIA)

(FLÁVIO TAVARES/ARQUIVO HOJE EM DIA)

Apesar do cenário recessivo na economia, o lojista brasileiro dá sinais de maior confiança e projeta crescimento nas vendas neste mês. Segundo pesquisa da Fecomércio MG, 61,2% dos comerciantes de Belo Horizonte acreditam que as vendas em julho serão melhores que as de junho. Antecipação das promoções de inverno e desaceleração da inflação são alguns dos fatores que contribuem para o crescimento dessa perspectiva, que deve se manter para o mês de agosto.

“Essa confiança vem de um conjunto de fatores subjetivos e econômicos. O processo de desaceleração da inflação, apesar de estar acima da meta, traz um certo otimismo e exerce pressão menor sobre os preços no orçamento. Nas questões subjetivas, o anúncio de medidas econômicas fez com que as expectativas positivas no comércio fossem retomadas”, explica Guilherme Almeida, economista da Fecomércio.

Nacionalmente, o Índice de Confiança do Empresário do Comércio (Icec) registrou, em julho, crescimento de 0,6% - primeira taxa positiva anual desde 2013. O indicador cresceu 2,4% na comparação com julho de 2015 e atingiu 87 pontos, segundo pesquisa Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo.

Dia dos Pais

É dentro desse cenário que o Dia dos Pais deve injetar cerca de R$ 1,81 bilhão na economia da capital, segundo estimativa de vendas para a data feita pela Câmara de Dirigentes e Lojistas de Belo Horizonte (CDL-BH): 1, 68% a mais do que os R$ 1,78 bilhão de 2015. Ainda segundo a CDL, o desempenho do setor em agosto deve ter uma variação de -1,24% a +1,55% frente ao mesmo período de 2015. “As mudanças no cenário de crise vão depender muito das mudanças políticas e econômicas que estão previstas no segundo semestre no país, principalmente em agosto”, avalia Bruno Falci, presidente da CDL-BH.

“A expectativa é de que as vendas neste Dia dos Pais se mantenham em relação a 2015. Não deve haver perspectiva de alta”, diz o representante da Fecomércio. Em 2015, segundo levantamento da entidade, 40,6% dos empresários esperavam vendas piores em comparação com o ano de 2014.

Consumidor ainda está tímido na hora de ir às compras

Na contramão dos empresários, o consumidor não está tão otimista e ainda toma atitudes cautelosas na hora de ir às compras. A intenção de consumo das famílias caiu 21% em julho deste ano frente ao mesmo mês em 2015, segundo levantamento da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). Levando em consideração a comparação entre os meses de junho e junho deste ano, o índice manteve-se estável, com 68,7 pontos.

“O desemprego e a incerteza de continuar empregado são fatores de grande peso na confiança das famílias. A inflação, mesmo que esteja em um início de processo de desaceleração e a taxa de juros, que ainda é alta, são alguns dos indicadores que estão em níveis que vão contra um comportamento de consumo que seja favorável por parte das famílias. Por isso, a expectativa de compras ainda é menor que a expectativa de vendas por parte do empresário”, explica Guilherme Almeida, economista da Fecomércio.

Ainda conforme levantamento feito pela CNC, dentre os índices que tiveram melhora estão a maior satisfação dos consumidores com o seu emprego atual (1,2%); a perspectiva profissional (0,6%); o nível de consumo atual (1,2%) e a renda atual (0,1%). Porém, segundo a pesquisa, ainda é possível verificar uma menor motivação para as compras a prazo (-0,8%). Também estão em baixa a perspectiva de consumo (-1,4%) e a expectativa para a compra de bens duráveis (-2,2%).

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