Comércio de BH tem segundo ano consecutivo de queda nas vendas

Paula Coura
pcoura@hojeemdia.com.br
14/02/2017 às 19:53.
Atualizado em 15/11/2021 às 22:56

O faturamento do comércio de Belo Horizonte caiu 1,49% em 2016 na comparação com 2015, ano que já havia apresentado retração de 4,34%, informou ontem a Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL-BH). A inflação alta, os juros elevados e o crescimento do desemprego, que já atingiu mais de 12 milhões de brasileiros, contribuíram para a diminuição do consumo das famílias. Em 2014, as vendas tinham crescido 2,08%.

Segundo o presidente da CDL-BH, Bruno Falci, os atrasos no pagamento do funcionalismo público no ano passado e do 13º salário também contribuíram para a piora dos negócios, especialmente no fim do ano.

O segmento que apresentou a maior queda em 2016 foi o de vendas de máquinas, eletrodomésticos, móveis e louças (-2,31%).
“Podemos afirmar que, nos dois últimos anos, tivemos o pior desempenho do comércio desde a instituição do Plano Real. Na última grande crise, em 2008, o país estava mais preparado. Agora, estamos em um momento que o Brasil está destroçado econômica, política e financeiramente. A leve queda nos juros e na inflação ainda não foi assimilada nem sentida pelo comércio”, pontua.

Quem já tem loja há décadas em Belo Horizonte confirma o mau momento. Maria Auxiliadora Teixeira, proprietária da Detalhe, na Savassi, região Centro-Sul, afirma que as vendas do último Natal foram as piores dos últimos 25 anos.
“Tive uma queda de 15% nas vendas em 2016 em relação a 2015. Foi um ano muito fraco. Os fornecedores acreditam em uma melhora para 2017, mas ainda não sentimos isso”, explica Auxiliadora, que também é presidente da Associação de Lojistas da Savassi.

Drama nacional

Em Minas Gerais, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), também divulgados ontem, houve recuo de 1,6% no volume de vendas do varejo em 2016. No Brasil, a queda foi de 6,2%, o pior desempenho desde 2001.

“Os setores de tecido, vestuário e calçados e móveis puxaram a retração no Estado. Essa queda reflete a crise pela qual as famílias passam, com restrição orçamentária e, consequentemente, menor crédito”, diz Claudia Pinelli, analista do IBGE.

Ainda considerando os dados do IBGE sobre as vendas do comércio varejista, quando incluídos os segmentos de veículos e de materiais de construção, a queda nas vendas em Minas sobe para 6,7%. No país, 25 estados apresentaram variações negativas em dezembro de 2016 na comparação com o mesmo mês do ano anterior.

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