Ao participar, na noite desta segunda (10), do evento de lançamento do Memorial do Democracia, no Palácio das Artes, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva lançou as bases para uma possível campanha presidencial. "Eu já provei que sou inocente. Eles que provem que sou culpado", discursou para um auditório lotado e inflamado. 

Lula também não poupou o presidente Michel Temer (PMDB), criticando suas reformas, mas ironizando que o " golpe está na sua barba, pois já estão querendo derrubá-lo também."

O ex-presidente disse também que a democracia “tem muitos defeitos: é a oposição te xingando, os jornais te criticando, os sindicalistas fazendo greve. É um inferno! Mas não há nada melhor que o inferno da democracia”. E afirmou que quer voltar “para fazer melhor”, adiantando que a próxima campanha deverá discutir e avançar. Segundo ele, a pergunta é: “qual é o Estado democrático que queremos”.

Lula também prometeu “a retomada do crescimento”. E disse que a democracia que defende significa “mais pobre comprando, mais pobre na universidade e mais pobre viajando”. E voltou a alfinetar o presidente Michel Temer. “Sou contra as reformas que ele prega. Não é penalizando o aposentado, o pescador, o pobre trabalhador que vai tirar o país da crise.

Por duas vezes, o ex-presidente citou seu vice-presidente, o mineiro José Alencar. Bem como, também, elogiou por duas vezes o presidente da Assembleia Legislativa, deputado Adalclever Lopes (PMDB). Adalclever é mais alinhado com o governador Fernando Pimentel – também presente à solenidade – do que o vice-governador Antônio Andrade.

A plateia, que lotou o Palácio das Artes (oficialmente o Grande Teatro tem 1.707 lugares), transformou o evento em um verdadeiro comício com direito a aplausos e vaias aos oponentes.

Memória

Lula veio a BH para o lançamento da segunda etapa do Memorial da Democracia, uma parceria entre o Instituto Lula e a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Trata-se de um museu virtual que conta a história recente do Brasil, começando na década de 1930 até os dias atuais. São fotos, textos, vídeos, trechos de filmes e música contando a história da democracia brasileira.

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