Começa a faltar combustível em postos da RMBH no segundo dia da greve dos transportadores

Cinthya Oliveira
cioliveira@hojeemdia.com.br
08/12/2017 às 16:53.
Atualizado em 03/11/2021 às 00:08
 (Sindtanque/Divulgação)

(Sindtanque/Divulgação)

Vários postos de gasolina de Belo Horizonte e Região Metropolitana estão sem gasolina e álcool nesta sexta-feira (8) e não há previsão para que o abastecimento seja normalizado. As bombas secas são reflexo da greve dos transportadores de combustíveis, os tanqueiros, que teve início à 0h de quinta-feira (7), com adesão de 100% dos caminhões-tanque no Estado, de acordo com Sindicato das Empresas Transportadoras de Combustíveis e Derivados de Petróleo do Estado de Minas Gerais (Sindtanque).

O protesto é contra a alta carga de impostos sobre os combustíveis, responsável pelo alto custo do transporte de carga no Brasil. Segundo o Sindtanque, o diesel corresponde a 55% do custo do frete.

De acordo com o Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis  de Minas (Minaspetro), um grande número de postos em toda Região Metropolitana está sem combustível para abastecer a população, já que a refinaria Gabriel Passos e distribuidoras do entorno abastecem um raio de 300 quilômetros no entorno de Betim, ou seja, toda essa região está sendo impactada pela greve.

Por meio de nota, o Minaspetro informa que há, sim, um risco de desabastecimento geral em boa parte do Estado. Mesmo assim, o sindicato ).

A assessoria do Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Combustíveis e Lubrificantes (Sindicom) informou que o Sindicato já entrou em contato com as autoridades competentes e solicitou apoio para a liberação do acesso aos terminais das distribuidoras paralisadas. Assim, segundo o Sindicom, "será possível regularizar pontuais atrasos no ressuprimento de postos e principalmente garantir o fornecimento de combustível para atender à demanda de serviços essenciais à população."

Sem gasolina e álcool

Quem precisa abastecer o veículo no feriado está tendo de rodar para econtrar combustível. Em alguns casos, é possível encontrar combustível nas bombas, mas com preços bem acima da média. 

No posto MG Prata, localizado no bairro Salgado Filho, região Oeste de Belo Horizonte, a gasolina acabou e o preço do álcool foi reajustado para R$ 3,19. Mesmo com esse valor, a previsão é de que o álcool também chegue ao fim até a manhã de sábado (9). Não há previsão para a chegada de um caminhão para o abastecimento do estabelecimento. 

Já no posto Catalão, no bairro Caiçara, região Noroeste, nesta sexta (8), só há opção de gasolina aditivada a R$ 4,19 e a tendência é que o estabelecimento fique sem qualquer combustível até a manhã de sábado. “O posto é abastecido três vezes por semana. Ficamos de receber a gasolina hoje (sexta) pela manhã, mas não recebemos. Estamos aguardando”, afirma o frentista e caixa do posto Catalão Frederico Drumond.

De acordo com a assessoria de imprensa do Sindtanque, alguns postos de gasolina possuem caminhões próprios, que estão sendo abastecidos em distribuidoras localizadas em Betim, na Região Metropolitana. Já todos os caminhões ligados ao Sindtanque estão parados por tempo indeterminado.

A Assessoria de imprensa da Petrobras informou que não vai se pronunciar sobre o assunto porque a manifestação não  é contrária à empresa. 

Confira, na íntegra, a nota enviada pela Minaspetro:

"O Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo no Estado de Minas Gerais (Minaspetro), entidade que representa os cerca de 4 mil postos de combustíveis do estado, esclarece que, em relação ao movimento de greve iniciado pelos transportadores de combustíveis na última quarta-feira, dia 6 de dezembro, através do sindicato da categoria (Sindtanque), obteve a informação de que já falta de combustíveis em postos da Grande Belo Horizonte.

Em contato com a Assessoria de Comunicação do Sindtanque, o Minaspetro tomou conhecimento de que o movimento não tem previsão para acabar, tampouco há reunião marcada com algum órgão competente aos quais a paralisação protesta nesta ocasião.

O Minaspetro pontua que não faz levantamentos para identificar se os nossos representados – os postos – sofrem com a falta de combustível; toda e qualquer informação obtida por nós é repassada de forma passiva pela Revenda, ou seja, os donos de postos nos ligam para informar da falta de combustível em seu respectivo estabelecimento.

Caso o cenário de greve persista, há sim o risco de desabastecimento geral, uma vez que os postos que ainda possuem estoque não poderão ter a renovação dos produtos armazenados. Entretanto, o Minaspetro alerta para que os consumidores não promovam a chamada 'corrida aos postos'; o que, de fato, aceleraria o processo de desabastecimento". 

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