Comissário europeu da Saúde se demite por envolvimento em fraude

AFP
17/10/2012 às 00:15.
Atualizado em 21/11/2021 às 17:17
 (Georges Gobet/AFP)

(Georges Gobet/AFP)

O comissário europeu de Saúde e Consumo, o maltês John Dalli, se demitiu esta terça-feira (16) pelo suposto envolvimento em um caso de fraude que está sendo investigado pelo Escritório Europeu de Luta contra a Fraude (OLAF), conforme anunciou a Comissão Europeia. A demissão de Dalli tem efeito imediato.   O ex-comissário confirmou sua demissão a um jornalista do jornal Malta Today, mas anunciou que se defenderá para demonstrar que as afirmações da OLAF são "falsas". "Eu me demiti com a finalidade de ter as mãos livres para demonstrar que as alegações contra mim são falsas", disse.   A OLAF interveio após a apresentação de uma demanda de uma empresa sueca, a Swedish Match. Segundo a Comissão Europeia, esta companhia alegou em maio que um empresário maltês se valeu dos contatos com Dalli "para tentar obter vantagens financeiras da empresa em troca de buscar influenciar em uma futura lei sobre produtos derivados do tabaco, em particular a proibição da UE sobre a exportação de snus".   O 'snus', também conhecido como Nas em alguns países, é um tabaco em pó umedecido para ser mastigável, cuja venda é ilegal no conjunto da UE, embora seja fabricado e comercializado na Suécia e na Noruega, este último fora do bloco continental de 27 países-membros. "Não se concluiu nenhuma transação entre a companhia e o empresário e não se fez nenhum pagamento", destacou a Comissão em um comunicado.   A Comissão Europeia reconheceu que a investigação da OLAF não permitiu encontrar provas conclusivas sobre uma "participação direta" de Dalli em uma suposta tentativa de corrupção e tráfico de influência. A decisão de Dalli de apresentar sua demissão não tem precedentes. Sua iniciativa permite evitar a humilhação da demissão coletiva à que se viu forçada a equipe chefiada pelo luxemburguês Jacques Santer em 15 de março de 1999.   A Comissão Santer se viu obrigada a este ato extremo por causa da francesa Edith Cresson, acusada de nepotismo e irregularidades na gestão de um programa europeu de formação profissional. A negativa de Cresson de apresentar sua demissão provocou a queda de toda a equipe chefiada pelo presidente Jacques Santer.

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