Construtoras e corretoras de BH fazem feirão para desencalhar estoques

Janaína Oliveira
joliveira@hojeemdia.com.br
13/10/2016 às 07:35.
Atualizado em 15/11/2021 às 21:12
 (Wesley Rodrigues/ Hoje em Dia)

(Wesley Rodrigues/ Hoje em Dia)

O estoque está grande. São mais de 5 mil unidades em obra ou prontas para morar à espera de um comprador em Belo Horizonte e na vizinha Nova Lima, segundo último boletim do Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado de Minas Gerais (Sinduscon-MG).

O esfriamento do setor imobiliário também tem tirado o sono dos corretores. Levantamento do Instituto Data Secovi, criado pela Câmara do Mercado Imobiliário e Sindicato das Empresas do Mercado Imobiliário de Minas Gerais (CMI/Secovi-MG), aponta que o número de transações caiu 28,5% no primeiro trimestre deste ano, em relação ao mesmo período de 2015.

Para driblar a crise financeira e o sumiço dos clientes, o mercado imobiliário anda fazendo qualquer negócio para desencalhar os apartamentos.

De olho no público que sonha com a casa própria ou quer mudar de apartamento, mas aguarda uma boa oportunidade que caiba no orçamento, 45 empresas, entre construtoras e imobiliárias, vão promover um salão de imóveis entre os dias 20 e 23 de outubro.

A promessa é de descontos de até 10% e vantagens que vão desde condomínio grátis por cinco anos até pagamento integral do Imposto sobre Transmissão de Bens Imóveis (ITBI) e das taxas de cartório pelas construtoras.

Pensado nos moldes do Feirão da Caixa, o 1º Salão de Imóveis e Oportunidades Caixa Aqui vai ofertar 56 mil casas e apartamentos em Belo Horizonte e cidades do entorno, como Betim, Contagem, Igarapé, Ibirité, Lagoa Santa, Pedro Leopoldo e Esmeraldas.

A ação será realizada no segundo piso do estacionamento do Minas Shopping, das 10 horas às 22 horas.

E há opções para todos os bolsos. Segundo o idealizador do evento, gerente de negócios e correspondente bancário da Central de Financiamento Imobiliário Caixa Aqui, Stefano Lima, os preços começam em R$ 120 mil, exemplo de uma casa de 60 metros quadrados em Esmeraldas, que pode ser adquirida pelo programa Minha Casa, Minha Vida.

Os imóveis mais caros custam R$ 3 milhões, caso de apartamentos na região Centro-Sul da capital e casas em condomínios de Nova Lima.

No total, serão 3.500 metros de área expositiva, organizada de forma que o consumidor possa verificar as ofertas, confrontar propostas e fechar a compra e financiamento do imóvel adequado a sua realidade financeira. A expectativa é de que 150 mil pessoas passem pelo evento ao longo dos quatro dias de duração.

“O foco são famílias de todas as faixas de renda, com ótimas opções também para a classe média e alta, o que nem sempre ocorre em feirões semelhantes”, diz Lima.

Organizadores esperam gerar R$ 380 milhões em negócios
No momento de vendas mornas, o 1º Salão de Imóveis e Oportunidades Caixa Aqui é a esperança para aquecer o mercado.
 Wesley Rodrigues/ Hoje em Dia

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A expectativa dos organizadores é que mais de R$ 380 milhões em negócios sejam gerados com a comercialização de aproximadamente 10 mil unidades habitacionais que hoje aguardam por um novo morador.

“A nossa intenção é espantar a crise e fomentar o setor imobiliário e toda a cadeia produtiva. Certamente o evento vai mexer com o mercado”, afirma o idealizador do evento, Stefano Lima.

Segundo ele, a construção civil foi o setor que primeiro sentiu o impacto da recessão.

“Mas o movimento de recuperação também pode ser ágil se forem adotadas as medidas adequadas para o estímulo à atividade”, diz.

De acordo com Lima, o consumidor que for ao salão receberá todo o auxílio necessários no processo de decisão da compra e financiamento do imóvel escolhido.

“Se a pessoa levar todos os documentos necessários e achar um imóvel que se encaixe no perfil que procura, ela já pode sair de lá com a casa ou apartamento financiado”, diz.

No caso de imóveis na planta, a dica é pesquisar o histórico da construtora, visitar a obra e conversar com compradores de outros empreendimentos da mesma empresa.


O 1º Salão de Imóveis e Oportunidades Caixa Aqui acontece num contexto um pouco mais favorável, após a Caixa Econômica Federal (CEF), dona de 70% da carteira de crédito habitacional no país, voltar atrás no endurecimento das regras para concessão de empréstimos para a compra da casa própria.

No final de julho, a instituição elevou novamente o teto de preço dos imóveis financiáveis pelo banco.

A medida favorece financiamentos de casas e apartamentos a partir de R$ 750 mil na região Sudeste, e a partir de R$ 650 mil nos demais estados, pois são justamente nesses faixas de valores que os compradores não podem utilizar o FGTS.

A instituição também ampliou o percentual financiável de imóveis usados e novos. 

Novas regras
O valor máximo financiado pela Caixa passou, no dia 25 de julho deste ano, de R$ 1,5 milhão para R$ 3 milhões.

A nova modalidade de crédito financia imóveis mais caros, sem emprestar dinheiro do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), e afeta as operações de crédito do Sistema Financeiro Imobiliário (SFI), em que são usados os recursos de poupança.

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