Crise da água deve ser prioridade para ONU, dizem ex-chefes de Estado

10/09/2012 às 21:14.
Atualizado em 22/11/2021 às 01:10

WASHINGTON (EUA) - O planeta enfrenta uma crise crescente da água, advertiram esta segunda-feira (10) ex-chefes de Estado em um informe, no qual consideraram que o tema deveria ser reconhecido como prioridade pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas. "O impacto político da insuficiência de água pode ser devastador no fututo", afirmou o ex-primeiro-ministro canadense Jean Chretien, co-presidente do Conselho do InterAction, grupo formado por 40 chefes de Estado e governo, entre eles o ex-presidente americano Bill Clinton.

"Usar a água como nós fazemos não permitirá responder às necessidades da humanidade no futuro", insistiu, em teleconferência com jornalistas. Por causa disto, "o Conselho do InterAction faz um apelo ao Conselho de Segurança da ONU para que considere a água uma das principais preocupações que a comunidade internacional enfrenta", acrescentou Chretien.

Os ministros das Relações Exteriores de vários países devem se reunir para discutir a questão à margem da sessão da Assembleia Geral, que será celebrada em Nova York entre 23 e 29 de setembro. "Começar imediatamente a gerir os recursos hídricos de forma mais eficaz permitirá à humanidade responder aos problemas de hoje e às dificuldades e surpresas que podemos esperar com o aquecimento global", continuou Chretien.

O informe do Conselho do InterAction insiste em que na China e na Índia a maioria das pessoas poderá ter uma demanda maior de água do que a disponível em menos de 20 anos. O risco da crise da água já é alto em muitas partes do mundo, principalmente no norte da África e na região subsaariana, onde já há escassez, alertou o documento. Seus autores acrescentaram que o acesso à água é uma das chaves para se alcançar a paz entre israelenses e palestinos.
   
Também anteciparam eventuais conflitos causados por mudanças importantes devido a secas e inundações que, dependendo das circunstâncias, podem provocar graves tensões. Segundo o informe, aproximadamente 3.800 quilômetros cúbicos de água doce são bombeados ao ano dos ecossistemas aquáticos em todo o mundo. Com 1 bilhão de habitantes a mais no planeta estimados para 2025, só a produção agrícola precisará de 1.000 km cúbicos a mais de água por ano.

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