Cubanos do 'Mais Médicos' serão repostos, e programa vai continuar

Filipe Motta
fmotta@hojeemdia.com.br
18/07/2016 às 19:41.
Atualizado em 16/11/2021 às 04:21
 (ANTONIO CRUZ )

(ANTONIO CRUZ )

O governo de Cuba emitiu nota comunicando aos profissionais do programa Mais Médicos que completaram três anos no Brasil sobre o retorno à ilha. A nota de Cuba, do último domingo, levantou temor sobre a interrupção do programa, já que o governo interino de Michel Temer não apresenta afinidades com o regime comandado por Raul Castro.

A ação se dá apesar da Medida Provisória (MP) 723, apresentada em abril pela então presidente Dilma Rousseff, que possibilita a prorrogação do visto dos profissionais no Brasil por mais três anos.

A MP está em tramitação no Congresso e, até o momento, não sofreu alterações significativas no texto. No último dia 5 de julho, o atual ministro da Saúde, Ricardo Barros, chegou a defender a permanência dos médicos cubanos por mais tempo no Brasil.

Assim como a MP de Dilma, a posição do ministro foi ao encontro da demanda de prefeitos do interior do país, onde o programa tem sido bem avaliado. Os médicos que chegaram em 2013 serão substituídos a partir de mês de novembro, passados os Jogos Olímpicos e as eleições municipais.

CUBANOS QUEREM FICAR

Dos 18.200 participantes do Mais Médicos, cerca de 11.400 são cubanos e eles não podem dar entrevistas. Um profissional que atua no interior do estado e cujo retorno ao país está previsto para o início de 2017 disse à reportagem que não houve comunicação sobre os desdobramentos da MP, apesar de conhecê-la. Mas a avaliação dele é que a contribuição cubana não acaba.

“A decisão do governo cubano é substituir os médicos e não dar continuidade aos que já estão aqui. Tem muita gente querendo continuar mais três anos, mas não tem jeito. Cuba nos espera”, disse.

PARCERIA MANTIDA 

A Organização Panamericana de Saúde (OPAS) é a entidade responsável por intermediar as relações entre os governos brasileiro e cubano na execução do Mais Médicos. No final da tarde de ontem, a OPAS e o Ministério da Saúde emitiram notas em que reafirmam a continuidade do programa, com o desembarque de 50 novos profissionais na semana passada, e de outros 500 que chegarão nesta semana. Outros voos estariam previstos, segundo os órgãos.

“É um compromisso do ministro da Saúde, Ricardo Barros, fortalecer a participação dos brasileiros no Mais Médicos e, enquanto houver necessidade e vagas a serem preenchidas, vamos manter o convênio com a OPAS”, afirmou o Ministério.

O órgão reiterou, porém, que não foi comunicado oficialmente sobre o cronograma de reposição do governo cubano. A embaixada de Cuba foi procurada durante toda a tarde, mas não se manifestou. A nota da OPAS diz que o governo cubano mantém o interesse na parceria.

  

  

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